[Resenha] The Strain – Onde os Vampiros não Brilham

Verdade que vários temas estão bastante batidos nas muitas mídias que consumimos, seja séries, HQ’s, livros ou filmes.
Entre os desgastados temas destaco #ConspiraçõesdeGrandesEmpresas (obrigado Arquivo X, Sense 8, Heroes, e iluminatis em geral), #Vampiros (valeuzão Crepúsculo, Vampire Diaries, 30 Dias e outros hematófagos) e claro, #Zumbis (The Walking Dead, Fear of The Walking Dead, Z Nation, Word War Z, Meu namorado é um Zumbi e demais mordedores).
Okay, eu concordo mesmo com isso, penso várias e várias vezes antes de gastar o cada vez mais corrido e escasso tempo para entretenimento com algum produto com essas premissas, portanto, precisei de bem mais que um estimulo comum para assistir The Strain, que tem tudo isso somado. E P*T@QUEMEPARÉU, o troço é bom.

Primeiro, o trailer:

https://youtu.be/3hlSgjdyxy8

Não convence muito, eu sei, mas olha o nome do Guillermo Del Toro ali… isso vale alguma coisa não? Então vamos a premissa:

A estranheza começa quando o Boeing 777, um avião com 208 passageiros pousa no Aeroporto J.F. Kennedy em Nova York, e seu estado é de completa inatividade, sem funcionamento do motor, sem som, sem rádio ou outros canais de comunicação, sem energia, com portas seladas, luzes apagadas e cortinas abaixadas, nenhuma atividade ou sinal de nenhum dos passageiros, e assim fica por várias horas. Com o medo de alguma forma de ataque químico ou bacteriológico, as autoridades acionam o Centro de Controle de Doenças, temendo algum viruz que possa se espalhar ceifando mais vítimas. O Epidemiologista Dr. Ephraim Goodweather (o ótimo Corey Stoll, com uma arrogância que só ele consegue ter) e sua equipe, a bioquímica Dra. Nora Martinez (Mia Maestro), e o assistente Jin Kent (o imortal Sam, Sean Astin), são chamados para analisar a situação.

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Aumentando a tensão e o medo, no avião, não há sinais de ferimentos nos passageiros, nem  rastros de qualquer agente químico ou bacteriológico conhecido, apenas um pequeno verme branco nunca antes documentado.

Pelo trailer você já ganha o que esta para acontecer na história, porém o roteiro é genialmente construído. A série, baseada nos Livros conhecidos como Trilogia da Escuridão (Noturno, A Queda e Noite Eterna), trazidos a terra Brasilis pela Editora Rocco, tem a assinatura do Autor Chuck Hogan, cuja primeira obra data de 1995, e apesar de ser já premiado e inclusive tendo o livro Prince of Thieves (2004, adaptado em 2010 para cinema pelo Ben Affleck sob o título de The Town) sendo considerado uma das melhores Novels do ano por ninguém menos que Stephen Rei (o King, um cara bastante elogiado pelos Freaks), a Trilogia é a primeira a se destacar internacionalmente e pudera, afinal é co-assinada por  ninguém menos que Guillermo Del Toro, e a estranheza e domínio sobretudo estético para falar sobre coisas que transponham e transitem entre o natural e o sobrenatural vocês conhecem com absoluta certeza.

Logo, um senhor dono de uma loja de penhores, aparentemente beirando a loucura e a caduquice, o Prof. Abraham Setrakian (David Bradley, um ator realmente fantástico), interfere no aeroporto e avisa que todos os corpos dos passageiros devem ser queimados, ou um mal muito antigo se erguerá.

Aos poucos outros personagens são inseridos, e somos apresentados ao extremamente eficaz em eliminar pragas Vasiliy Fet (o carismático Kevin Durand, lembram do Keamy de Lost?), a Hacker Dutch Velders (Ruta Gedmintas), o ex criminoso Augustin Elizalde (Miguel Gómez) e o astro do Rock Gabriel Bolivar (Jack Kesy).

A trama se desenvolve mostrando que todo o ocorrido, é parte das maquinações do rico e adoentado empresário Eldritch Palmer (o ótimo Jonathan Hyde, super envelhecido com cabelos brancos e sem bigode), que parece ter interesses pessoais e não poupa recursos para a realização de sua vontade, sendo auxiliado, ou dirigido, pelo estranho e inumano, Thomas Eichhorst (Richard Sammel, ator com uma filmografia gigante! Cuja cabeça foi arrebentada em Inglorious Basterds), que parece ter uma história muito antiga com o Prof. Setrakian.

O grande diferencial da série é a forma como os elementos já tão batidos são somados e desenvolvidos, com uma abordagem sobre os vampiros que é sobretudo, biológica e científica, tratando como uma praga muito antiga, com vários procedimentos médicos sendo precisamente descrito. É aflitivo acompanhar como é difícil conter o avanço inexorável de uma praga, e a fragilidade da sociedade humana.

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As relações são muito bem desenvolvidas, em especial o da família Goodweather, com um toque de seriedade e drama que sublinha um bom roteiro, o ritmo geral de desenvolvimento é muito bem pautado, tornando bastante envolvente os acontecimentos, e há também ação e cabeças partidas para nenhum fã de zumbi botar defeito, e as criaturas, como tudo que Del Toro põe o dedo, estão interessantíssimas, é claramente uma homenagem ao vampiro clássico do cinema, com trejeitos e uma silhueta muito próxima do Nosferatu de 1922, mas com uma inovadora forma de se alimentar.

Enfim, dê uma chance para essa Pandemia. Assista os primeiros dois episódios, eles me convenceram. Atualmente a série acaba de completar sua segunda temporada nos EUA, a primeira esta sendo exibida no Brasil pelo FX, acabei migrando também para os livros, e percebi bastante fidelidade na transposição da mídia, o que também dá aquela tranquilidade quanto a seriedade da produção.

E permita-me lembra-los que como a série acompanha e transporta o livro, há começo, meio e fim.

Sucesso Galere!

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