O relógio na parede indica que são 11:36. Droga, tenho menos de 10 minutos para escrever isso. Eu sei que eles estão vindo. O triste de disfarces é que eles, bem… Só disfarçam. O importante é o seguinte: vim te avisar que você precisa fugir. Se eu não chegar até 3h da madrugada de amanhã, me esqueça. Esqueça que eu existi e siga seu caminho. Não confie em ninguém, ele tem olhos em todos os lugares. É uma questão de tempo até ele nos encontrar. Na verdade, é uma questão de quanto tempo podemos adiar até ele nos encontrar. Eu sei que ele vai conseguir. Afinal, estamos falando de Artemis Fowl.
Não há por que temer, é um menino pálido e franzino. Não há nada de especial na imagem de Artemis Fowl – o herdeiro do milionário Clã Fowl – exceto, talvez, o brilho doentio no olhar. O garoto de 12 anos é um gênio, e após o misterioso desaparecimento do pai e do dinheiro da família, ele vai usar todo seu Q.I. para reerguer seu império. E não haveria problema algum nisso, até certo senso de justiça, se os planos de Artemis não fossem às custas de expor um mundo mágico e, até então, intocado pelas imundas e mundanas mãos humanas.
Essas criaturas míticas estão anos-luz à frente da humanidade, e escondem um mundo inteiro de nossos olhos. Aqui são retratados em lendas como duendes, e o objetivo de Artemis é capturar um espécime e pedir um resgate em “ouro de fadas”, mas com a ajuda de seu mordomo ele consegue muito mais que isso, e o que tem em mãos é algo que pode desencadear uma guerra entre espécies e destruir civilizações.
O menino prodígio do crime foi muito bem escrito pelo irlandês Eoin Colfer, e deixa uma sede de aventura e continuações, que prontamente pode ser atendida nas sequências: Uma Aventura no Ártico, O Código Eterno, Vingança de Opala, A Colônia Perdida, Arquivo Artemis Fowl, O Paradoxo do Tempo, O Complexo de Atlantis e O Último Guardião. Mergulhe em um mundo fantástico, escondido bem embaixo do seu nariz, e surpreenda-se com a perspicácia e frieza de um garoto genial de apenas 12 anos. Ame e odeie este anti-herói, e é possível pegar-se questionando: até onde tudo isso é apenas pela honra da família? E até onde você iria para ajudar sua família?