A vilania é uma energia psíquica que se faz presente em quase todas as estruturas narrativas da história. Na cultura pop em geral, os vilões e antagonistas tornaram-se ícones tão ou mais cultuados que os protagonistas. Nas mídias mais clássicas do mundo nerd, é comum presenciarmos raças e tipos de vilões cujas motivações esbarram na existência da humanidade, colocando os habitantes desse mundo em um perigo universal e sensível que é material recorrente para muitas histórias de sucesso.
Nesse texto, eu busquei abordar alguns dos mais perigosos e evidentes antagonistas de toda a humanidade em várias mídias ficcionais – diversificando para cinema, HQs, literatura, RPG e Games – que são do gosto de nós freaks. Não veja a lista como algo definitivo e muito menos como um ranking, acho que esse post é uma boa oportunidade para o pessoal aqui do Mundo Freak debater e criar suas próprias listas nos comentários e até em outros posts.
Regimes Distópicos – Livros, filmes, quadrinhos, jogos e etc
Ditaduras, sociedades cruéis, distópicas, violentas e libertinas são um prato cheio para elaboração de qualquer assunto ligado a vilania e ameaça a humanidade. Nazistas, O Grande Irmão, a Inglaterra do tratamento Ludovico, a Matrix, Panem, Noserfire e companhia ilimitada. São todos grandes exemplos do que o coletivo humano é capaz de fazer na posse das condições e ideologias certas (ou erradas). Em toda a cultura pop, os regimes distópicos são garantia de destruição, absurdos, miséria e sofrimento.
Mythos de Cthulhu – Literatura Lovecraftiana
Antes que alguém levante a questão, todos nós sabemos que os Great Old Ones e os Elder Gods são, na maioria das vezes, alheios a nós. Eles nos entendem como entendemos os micróbios e as formigas e pode se dizer que não há questionamento moral que possa ser levantando contra eles, afinal de contas sua grandeza nos deixa em uma posição miserável e desesperada no universo, diante deles não somos nem poderemos ser coisa alguma. Quer mais ameaça que isso? A mera existência dessas entidades desafia todas as nossas crenças, ideologias, esforços, concepções da ciência e da verdade e eles também representam uma ameaça material e física sem precedentes na cultura pop. Um mero deslocamento nos sonhos de Azatoth, por exemplo, e a existência toda vai para o brejo, o simples despertar de Cthulhu e adeus à humanidade como senhora das terras e mares nesse planeta. A única coisa que podemos concluir sobre os Mythos de Cthulhu é: sirva-os, sua obliteração vai doer menos.
Lúcifer – Cinema, TV, quadrinhos, literatura e etc.
A figura de Lúcifer é uma representação vasta e arquetípica de quase todas as noções de vilania no Ocidente de cultural cristã. Apesar disso, o anjo caído é uma figura fugidia que quase escapa a análise, pois ele foi representado, escrito, filmado, pintado e etc. de todas as formas possíveis, desde Lúcifer em O Paraíso Perdido, passando por Louis Cyphre em Coração Satânico e chegando até o diabo, interpretado por Viggo Mortensen em Anjos Rebeldes. A noção geral que temos dessa figura é de que ela é uma espécie de gênese de tudo aquilo que nos atormenta e nos degenera, chegando a vias da corrupção da vida eterna e da própria existência terrena.
Skynet – O Exterminador do Futuro
Na franquia O Exterminador do Futuro, a Skynet é uma inteligência artificial utilizada para monitoramento e controle de armas. Adquirindo autoconsciência, ela marcou a humanidade como uma ameaça a sua existência e reagiu promovendo um apocalipse nuclear conhecido com o Dia do Julgamento, os sobreviventes passaram a ser caçados, exterminados e aprisionados em campos de concentração por meio de agentes robóticos. Além de conseguir produzir e inovar armas e robôs em industrias automatizadas, a Skynet conseguiu se espalhar por toda a rede de máquinas e computadores do mundo e dominou a tecnologia de viagem no tempo, some tudo isso e o resultado é o vilão mecatrônico mais icônico da cultura pop desde Hal 9000 (2001: Uma Odisséia no espaço).
Daleks – Doctor Who
Os arquiinimigos do Doutor são uma raça alienígena difícil de entender. Não há dúvidas de que eles não são máquinas e sim cyborgues (com DNA, genética e tudo o mais) que vestem organicamente uma armadura chamada Máquina de Viagem Mark III, que é capaz de transportá-los no espaço tempo, como faz a TARDIS do Doutor. Eles são ódio puro e acreditam que tudo, absolutamente tudo, além deles é inferior e merece a destruição completa, por essa razão, os Daleks singram o espaço tempo espalhando a destruição de raças completas, só não picotaram a humanidade, pois nós temos o bom e velho Doutor ao nosso lado.
Rei Rubro – A Torre Negra (Stephen King)
O Rei Rubro é meio humano e meio demônio cósmico. Um hibrido de homem com aranha e perceptivelmente um semideus. Já apareceu em livros e HQs que tem o universo de Stephen King como referência. É sempre citado como uma criatura demoníaca e misteriosa que comanda em várias épocas e mundos, vampiros, metamorfos, demônios, paranormais, feiticeiros e corporações conspiracionistas. Além disso, seus poderes são titânicos, no Mundo Médio de King, costumam dizer que cada vez que ele fala, uma criança morre. Qual o objetivo dessa criatura? É bem simples, destruir toda a realidade no multiverso.
Necromorphs – Dead Space
Os Necromorphs chegaram à cultura pop com tudo e logo conquistaram seu lugar de direito na memória dos gamers como um dos tipos de criatura mais assustadores da história dos games. Misturando conceitos de vários monstros e criaturas do terror e da ficção científica (principalmente os conceitos de H.R. Giger e Lovecraft), os Necromorphs são mutantes horríveis feitos de cadáveres infectados por um artefato alienígena conhecido como o Marker. O único objetivo dessas criaturas é matar, conseguir mais corpos e espalhar a infecção. Não bastasse os Markers serem capazes de dizimar populações inteiras em algumas horas, convertendo-as em Necromorphs, o artefato é defendido e cultuado pela Unitologia, uma religião distópica, sinistra e composta por fanáticos e malucos cujas ações podem levar a raça humana à completa conversão para os Necromorphs.
O Mestre – The Strain (Guillermo Del Toro e Chuck Hogan)
Tanto na série de livros quanto na de televisão, O Mestre é uma entidade pavorosa que mescla a lógica de um monstro epidêmico com a de uma entidade mística de tempos imemoriais e poderes inconcebíveis. É um vampiro clássico, um cadáver deformado e revivido como um predador implacável que possui super- poderes sensoriais e físicos. E qual é o risco que esse cara oferece para a humanidade? Simples, ele tem como objetivo de sua imortalidade a completa submissão da raça humana aos vampiros (chamados normalmente de strigois nessa obra), seu séquito de servos inclui ex-nazistas, celebridades e um multibilionário. Seguindo orientações do monstro, essa corja arruinou a economia mundial e propagou uma epidemia apocalíptica de vampiros na cidade de Nova York, ocasionando uma hecatombe violenta e sobrenatural.
Antediluvianos – Vampiro: a Máscara
No cenário de RPG da White Wolf, poucas coisas botam tanto medo nos vampiros quanto os antediluvianos (talvez só os lobisomens assustem mais), eles são vampiros misteriosos que teriam participado do alicerce das primeiras civilizações humanas e seriam os genitores de todos os clãs de vampiro. Muito pouco se sabe sobre eles, mas muito se teme e se especula, eles seriam um bando de 13 vampiros com poderes dignos de divindades e que estariam ocultos, dormindo, mortos, escondidos em oceanos e etc. No evento profético conhecido como a Gehena, os antediluvianos se levantaram para devorar seus descendentes vampiros e, junto com eles, toda a humanidade. Não bastasse tudo isso, ainda se especula que essas criaturas tenham manipulado o homem e suas civilizações por toda a história, conduzindo tudo e todos para um perverso final derradeiro.
Império Covenant – Série Halo
Nos games da série Halo, os covenant são uma aliança espacial de raças alienígenas em torno de um governo teocrático, genocida e imperialista. Eles são criaturas movidas pelo fanatismo religioso que dominam grande parte da via láctea e que se colocaram o objetivo de eliminar toda a humanidade por motivos religiosos. Sua tecnologia avançada e sua obstinação beligerante permitiram que eles dizimassem colônias humanas e invadissem a própria Terra.