Para quem acompanha os podcasts daqui do site, principalmente os do Zona Freak – que está pra voltar, sabe que eu sou viciado nos desenhos novos como Hora da Aventura, Gravity Falls e Over the Garden Wall. Chegar em Steven Universe (Steven Universo como é anunciado por aqui) foi quase obrigatório.
Criado pela fofíssima Rebecca Sugar, que saiu do time de Hora da Aventura, em que participava como artista de storyboard, roteirista e compositora. O desenho estreou em 4 de novembro de 2013 fazendo história. O primeiro a ser produzido pelo Cartoon Network Studios em que sua criadora é mulher, (meio estranho constatar isso em pleno 2015, não?).
A proposta é simples. Vivemos em um planeta Terra super colorido em que entidades protetoras chamas de Cristal Gems (gemas de cristal) protegem nosso mundo contra ameaças diversas. O protagonista é Steven, um meio-Gem que substituiu sua mãe e precisa aos poucos aprender sobre seus poderes e do que é capaz por ser meio humano. É interessante ver o crescimento do personagem ao passar dos episódios. É uma evolução gradual, mas perceptível até o final da primeira temporada de 42 episódios.
Diferente de Hora da Aventura que mesmo apresentando uma linha evolutiva gradual, também tem episódios soltos e meio aleatórios, Steven Universe se mescla com referências bem conhecidas da cultura POP para levar elementos bem interessantes de narrativa. É impossível não ver a pegada meio anime que o desenho tem, e até os mais bobos episódios no final te garantem um motivo dele estar ali entre tantos outros tão legais. Seja para andar com a trama (que é estranhamente complexa para padrões cartoons) ou simplesmente desenvolver algum personagem da série. E acreditem, isso faz muita diferença para quem é acostumado com desenhos desde os anos 90. Desenhos esses que não iam do nada a lugar algum.
É claro que tudo ainda sim é bem surreal, por mais que não tanto como Titio Avô (que inclusive tem um excelente crossover no primeiro episódio da segunda temporada). Várias vezes vemos conclusões absurdas que não te fazem esquecer que ainda é um desenho. Comédia e humor são toques fundamentais e precisos em cada episódio, muitas vezes sendo explorados pela completa diferença de personalidade entre as três co-protagonistas que abordarei no próximo parágrafo.
Como suas protetoras e amigas de Rose Quartz (mãe de Steven que apenas aparece em flashbacks) as Crystal Gems são o principal equilíbrio da série em contraste com a ingenuidade de Steven. Garnet (Que não foi traduzida para Granada) é a lider do grupo, centrada e responsável, ela permanece em silêncio e geralmente abre a boca para dar alguma lição importante para suas companheiras e a Steven. Pearl (Pérola) é a mais ranzinza do grupo, egocêntrica e ciumenta. Se acha sempre a dona da verdade, mas tem um enorme coração, principalmente para ser a professora de Steven em diversos momentos da série. Já Amethyst (Ametista) é a caçula – depois de Steven. Possui personalidade impulsiva e desregrada, muitas vezes irresponsáveis que refletem um trauma de sua origem sombria. São três personalidades tão bem representadas que só de postar a foto abaixo tenha certeza que irão identificar bem rápido.
As histórias giram em torno de como esse trio explosivo se mete em várias enrascada, fazendo perigosas missões de “Gems” enquanto tem que lidar com a imaturidade e ingenuidade de Steven.
Outro ponto excepcional da série é a pegada musical, bem mais compromissada que Hora da Aventura, e que possuem clipes excelentes. Inclusive, a parte sonora é bem legal e muitas vezes tem uma pegada nostálgica que por muitas vezes me lembraram os jogos da era 8/16-bits. A dublagem também é uma beleza a parte, tanto a versão original quanto a brasileira são excepcionais.
Dava para comentar sobre cada episódio, cada personagem e cada decisão que a série toma. Mas acho que teremos outras oportunidades de fazer isso pelo Mundo Freak.
Steven Universe é uma recomendação que faço para amantes de desenhos e para aqueles que procuram uma série descompromissada, divertida e que não te chama de idiota a cada minuto. Nem a você, nem as crianças.