Alquimia

Salve, Salve nobres leitores, aqui quem vos fala é o investigador Paulo Henrique Souza em mais uma aventura ao redor do mundo e seus mistérios. Hoje teremos um cunho mais histórico e místico, pois falaremos da arte milenar intitulada Alquimia.

Imagem: Art e fuego

Imagem: Art e fuego

A palavra alquimia deriva do Árabe “al-khimia” tendo um significado similar a Química porém, com o prefixo “Al” que em árabe teria o sentido de “Deus” -assim como em Al-lah-. Trocando em miúdos, al-khimia basicamente seria “Química de Deus” ou “Ciência de Deus”

Esta técnica tem a priori quatro objetivos básicos, entre eles: a transmutação de metais pesados em ouro; a obtenção do elixir da longevidade; o desenvolvimento do homunculi e por último fazer com que a realeza se enriqueça mais rapidamente. Por parte podemos explicar esses objetivos, mas antes vale a ressalva que os alquimistas acreditavam que o universo tendia a perfeição e era trabalho deles como “cientistas” acelerar este processo. Como o ouro era considerado o mais nobre representava a perfeição e o desejo de todo alquimista de transformar outros materiais nesse metal. A origem da Alquimia ainda é distorcida, ao mesmo tempo em que tivemos o desenvolvimento desta técnica em regiões da Pérsia, temos manuscritos chineses que demonstram técnicas similares. Contudo, com algumas alterações, por exemplo, a prática desta ciência na china pode ser dividida em dois ramos o Waidanshu ou “alquimia externa” e Neidanshu ou “alquimia interna” este último que desprezava o materialismo e focava apenas no “refinamento” espiritual.

A disseminação dos rituais clássicos da química de Deus na península ibérica se dá por conquistas de Alexandre, o Grande em impérios da Pérsia e sua busca pela Fonte da juventude – aproximadamente 325 a.C -. Enquanto o desenvolvimento da prática na península Itálica durante a idade média pode se atribuir a presença de Judeus e pela alquimia apresentar vários traços da cultura muçulmana e fortes ligações a Cabala Judaica.

Práticas

A pedra filosofal: os alquimistas acreditavam que a pedra filosofal poderia ser obtida através de processos alquímicos como a transmutação, que seria basicamente transformar a forma ou matéria em outra pela destilação, combustão, evaporação, etc. A procura pela pedra filosofal ficou conhecida como “A grande Obra”.

Ninguém sabe se foi alcançado tal objetivo, dizem que os maiores mestres conseguiram, mas uma coisa é certa: um dos mais famosos alquimistas, Nicolas Flamel, que em vida teria supostamente encontrado o artefato, enriquecido e conquistado muita saúde durante longo tempo. Neste momento vocês me perguntam “Mas Paulo, se ele tivesse encontrado a tal pedra ele não seria imortal?” e eu lhes repondo: Flamel, teria supostamente morrido com 78 anos – um padrão que para aquela época, onde aos 50 já se considerava uma pessoa velha e com sorte de ter vivido tanto. Essa longevidade entusiasmou ladrões de todo o mundo e dias após o sepultamento de Flamel foram profanar seu túmulo porquanto diziam que ele tinha sido enterrado com suas riquezas e com seu bem mais precioso a pedra filosofal. Todavia, ao desenterrarem-no não encontraram nem as riquezas e nem a pedra, o mais assombroso é que o próprio alquimista não se encontrara em seu túmulo.

Homunculus: Na minha humilde opinião uma das mais interessantes práticas, o homunculus trata-se basicamente na arte de gerar vida a partir de material inorgânico sendo utilizado: sémen humano posto em uma retorta hermeticamente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40 dias gerando assim um embrião que daria vida a um ser. Não se podem negar as influências judaicas, comparando ao Golem que poderia ter vida a partir da cabala.

No geral, os livros de alquimia são pura simbologia, levando em consideração que os cientistas prezavam muito a astrologia e a astronomia o que dificulta muito a tradução destes livros: cada autor poderia ter sua própria interpretação de um símbolo, não sendo uniforme.

Agora chega aquela parte em que demonstro minha opinião sobre o assunto. Primeiramente, muitas pessoas podem tirar conclusões acerca do texto, digo isso pelo fato das referências que inspiraram a alquimia pura ocidental trabalhavam em analogias, o que influenciou a muitas pessoas obter conclusões errôneas. “Mas então você não acredita em nada disso, Paulo?” muito pelo contrário nobre amigo, muitas coisas não foram descobertas e decifradas até os dias atuais, há muitos mistérios que a própria química não desvenda e isso me intriga de maneira muito forte nesse assunto. Mas, contudo, acho necessário cercear tudo aquilo que recebemos e mitigar lendas e folclores.

Bem, muito obrigado por terem aguentado até agora, deixem suas opiniões nos comentários. Até onde você acredita?

Paulo Henrique Dondalski de Souza.

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