Você já imaginou os Beatles numa adaptação cinematográfica de O Senhor dos Anéis? Se não, pode acreditar que sim, isso quase aconteceu.
Tudo começa em 1957, três anos após a publicação original de O Senhor dos Anéis quando o agente literário Forrest J. Ackerman foi até Oxford onde J.R.R. Tolkien lecionava Inglês e Literatura lhe trazendo uma ideia de adaptação em animação de seu livro. De inicio Tolkien gostou bastante da ideia, Ackerman tinha até os esboços de Mordor e do Condado, mas por falta de investidores e o não engajamento total de Tolkien, o projeto foi engavetado. Ackerman e o criador da revista Famous Monsters of Ackerman Filmland de gêneros ficção científica, fantasia e horror no qual publicou textos de escritores como Robert E. Howard criador de Conan, Issac Asimov e o genial H.P. Lovecraft.
O projeto permaneceu engavetado até 1967 quando os produtores Sam Gelfman e Gabe Katzka foram encarregados de obter os direitos de filmagem do livro em nome da United Agents, empresa britânica dedicada a investir em talentos nas áreas cinematográficas, literárias e musicais, como os Beatles. Como sabemos na década de 1960 quatro garotos de Liverpool ascenderam ao estrelato fazendo um sucesso astronômico não só na música, mas também na TV e no cinema, portanto eles tinham um poder absurdo para viabilizar qualquer projeto que tinham em mente.
Em 1969 após dois anos de negociações sobre os direitos da série, John Lennon que era muito fã dos livros de Tolkien, teve acesso ao contrato e vislumbrou a possibilidade de um filme em live-action junto com seus companheiros de banda, onde Lennon faria o papel de Gollum, enquanto Paul McCartney seria Frodo, Ringo Starr assumiria Samwise e George Harrison faria Gandalf. Lennon entrou em contato com a Apple Films que logo aceitou o projeto, pois os Beatles tinham dominado as bilheterias estrelando em filmes produzidos por eles como A Hard Day’s Night, conhecido aqui no Brasil como Os Reis do Iê,Iê,Iê, Help! e Yellow Submarine.
A Apple Films entrou em contato com nada mais nada menos que Stanley Kubrick para dirigir o filme, mas Kubrick após analisar o projeto declarou que o livro era infilmável, referindo-se o quanto seria desgastante colocar todo aquele material em tela. Enquanto isso Tolkien que nessa fase, pelo contrato, ainda tinha os direitos do filme, não gostou da ideia dos Beatles adaptando seu livro e vetou totalmente a ideia de John e com a separação da banda em 1970 o projeto foi engavetado novamente.
Essa história veio a tona quando Peter Jackson em uma turnê de impressa da trilogia original se encontrou com Paul McCartney e ele lhe revelou do dia em que quase foi Frodo Bolseiro.