Minha reflexão começou quando estava conversando com um amigo e este me apresentou um site (que não vou citar aqui). Nele é possível ver online versões piratas de filmes recém lançados. Trata-se de um serviço de streaming para filmes piratas. Entre vários dos títulos apresentados por ele estavam muitos que podiam ser encontrados na Netflix. Por este motivo mostrei no meu celular os mesmos filmes. A reação dele foi: “Mas não tem que pagar?”
Conversa vai, conversa vem e passamos a falar de games para o Xbox 360 e a primeira coisa que ele me pergunta é: “O seu é desbloqueado?” Disse que não, que preferia poder ter a experiência completa e jogar os games propriamente ditos. Nisso pude notar que ele não entendia o porquê da minha recusa em jogar os piratas do console.
Expliquei que jogo mais no PC e compro os games pelos sites Steam, Nuuvem e Origin. Estou com uma grande lista de games que nem instalei e por isso não precisaria nem de games piratas ou de desbloquear meu 360. Mas essa conversa toda me deixou pensativo sobre a propriedade intelectual e a pirataria propriamente dita.
Houve um tempo em que a Internet estava surgindo e as pessoas ainda usavam suas linhas telefônicas para acessar a “rede mundial de computadores”. Naquela época serviços como o Napster e Kazaa estavam surgindo. Era comum ver pessoas conseguindo músicas, filmes e games difíceis de encontrar em lojas, ou que só chegariam no país muitos meses (as vezes até anos) após sua estreia nos EUA. Os anos passaram e as coisas foram mudando. A Internet se tornou mais rápida, a logística foi aprimorada e nós começamos a ter um conhecimento maior sobre assuntos como propriedade intelectual.
Hoje conseguimos filmes via streaming quase ao mesmo tempo em que são lançados via DVD/Blu-ray. Compramos games em serviços hospedados na nuvem e livros podem ser adquiridos imediatamente em leitores digitais. O acesso à informação é gigantesco e o valor dos produtos de tecnologia caiu muito nos últimos 15 anos.
Steam, Netflix, Nuuvem, Submarino, iTunes, Saraiva, Amazon e tantos outros nomes que ouvimos no nosso dia a dia são exemplos de lugares onde podemos conseguir livros, filmes, games, HQs e músicas na hora que quisermos e por um preço razoável. Por essas e outras pergunto: Ainda é bonito apoiar a pirataria?
Eu posso pagar por meus filmes, livros e games então por que não pagar? Um game (por exemplo) passa por anos de desenvolvimento, envolvendo uma equipe grande de pessoas que precisam do sucesso de seu produto para se sustentar e sustentar novos games. O mesmo pensamento pode ser empregado a filmes, livros, HQs, revistas e músicas.
Existem tantas maneiras de se consumir mídias gratuitamente ou pagando menos e as pessoas que produzem isso tudo precisam deste incentivo. Não digo que a “Baía dos piratas” não possui qualquer utilidade, mas que ao menos devemos pensar se aquele torrent precisa mesmo ser baixado ou se você pode arcar com algumas mudanças de paradigma.
Não quero com este texto me dizer o protetor da moral e dos bons costumes ou que sou dono da verdade, mas antes de criticar pense no seu uso desses downloads “alternativos”. Me diga nos comentários qual sua opinião sobre isso tudo, nem que seja anonimamente.