É melhor ter um bom filme ou uma boa adaptação?

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Mais do que nunca, o cinema procura em outras mídias a fonte de inspiração para suas novas produções. Se um dia os clássicos da literatura eram levados para a tela grande, hoje games, revistas em quadrinhos, reportagens e até mesmo sites da Internet são a fonte de inspiração para cineastas de todo o mundo. Mas antes de fazerem sucesso no cinema, essas histórias chamaram a atenção em outras mídias, criando uma legião de fãs. Não estou falando de desastres como o filme do Super Mario (que não imagino servindo como roteiro para filme algum), mas sim de obras que se levam a sério como Jogos Vorazes e O Hobbit.

Após chegarem às telas de cinema é possível encontrar na internet (principalmente nas redes sociais) fãs destas franquias espumando de raiva, porque a adaptação não foi fiel. Nisso levanto a pergunta: “será que esses livros, games, etc. poderiam ser transformados em filmes sem mudar nada?”

Acredito que não. O cinema é uma mídia que precisa condensar uma história completa em um espaço de 2 a 4 horas e geralmente livros, quadrinhos e games podem se estender por um espaço de tempo muito maior. Sem contar que o público geral que vai ao cinema nem sempre é tão aberto às ideias originais. O Iluminado é um livro muito diferente do filme lançado por Stanley Kubrick, chegando a ser publicamente xingado por Stephen King (autor da história). Quem pegar O Hobbit para ler antes do filme encontrará personagens muito diferentes daqueles que Peter Jackson levou aos cinemas. Até mesmo a origem de personagens dos quadrinhos são modificadas ao serem adaptadas.

Quando colocaram o Coringa para ser o assassino dos pais de Bruce Wayne no Batman de 1989 eu não dei a mínima. Achei o filme sensacional e deixei passar este pequeno detalhe. Recentemente a Marvel mudou a origem de personagens como Homem de Ferro e Hulk, pois o próprio conhecimento do público sobre a ciência impossibilitaria uma abordagem clássica. Isso também não me desagradou, mas não quer dizer que eu leve tudo numa boa.

Em outra adaptação de uma obra de Stephen King, O Nevoeiro, eu fiquei revoltado com a modificação da cena final. Até os 3 minutos finais de projeção eu estava achando um excelente filme de terror, após a modificação nunca mais consegui vê-lo de novo. Produtores, diretores e roteiristas escolhem histórias consagradas por já possuírem um certo nível de sucesso e se arriscam ao incluírem modificações em seus roteiros. Isso é uma coisa que lhe irrita? Qual mudança já te tirou do sério?

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