O Rabugento e a Análise do Oscar 2012

Correndo o sério risco de ser expulso prematuramente do Blog, vou tentar discorrer sobre o fatídico dia 26 do último mês, a entrega dos Academy Awards, ou Oscar, ou uma das maiores farsas do entretenimento, yada yada yada.

Brincadeiras a parte, o foco na premiação é muito maior nos vestidos das musas do cinema, do que nos indicados a alguma coisa. E para o seu lado rosa ficar satisfeito, está aqui um material de apoio: Oscar 2012: os looks que se destacaram na noite da premiação! Eu sei, nerd adora a moda!

Quanto às premiações em si, pra resumir o cagalhão que foi a noite fatídica, esperei a poeira baixar, o frenesi passar pra ter uma visão menos irritada possível. Analisemos a escolha dos membros da academia.

Pra não parecer pedantismo, só opinarei nas categorias que consegui ver mais da metade dos indicados.

Melhor Ator

VENCEDOR: Jean Dujardin (The Artist)
INDICADOS: Demián Bichir(A Better Life), George Clooney (The Descendants), Gary Oldman (Tinker Tailor Soldier Spy), Brad Pitt (Moneyball)

Barbada, talvez a maior da noite. Por mais que tenha bons concorrentes – Demian Bichir e Brad Pitt – não havia como o prêmio não ser de Jean Dujardin. Explico, “O Artista” foi indicado a 10 estatuetas, é um filme mudo, e o espectador só é convencido pela atuação do francês, pois a história e o roteiro são bastante enfadonhos e monótonos – mais tarde falaremos deles. Brad Pitt não compromete a atuação, mas “Moneyball” não é um filmaço – ao contrário do que a crítica quer empurrar, George Clooney parece querer começar a atuar, mas já tá “meio gasto” pra isso, Oldman e Bichir são ótimos, mas seus filmes não são para o grande público – uma pena, pois “O Espião que sabia demais” e “Uma vida melhor” são muito bem feitos.

 

Melhor Atriz

VENCEDOR: Meryl Streep (The Iron Lady)
INDICADOS: Glenn Close (Albert Nobbs), Viola Davis (The Help), Rooney Mara (The Girl with the Dragon Tattoo), Michelle Williams (My Week with Marilyn)

Das categorias relacionadas a atuação, é a mais discutível, se não a única. A vencedora Meryl Streep encarna bem Margaret Tatcher, mas seu filme é tão massante e entediante que é uma pena premiar algo tão mal montado. As fases da ministra na senilidade então… Viola Davis foi melhor que ela em “Historias Cruzadas”, mas até em seu filme teve os holofotes roubados – leia-se Octavia Spencer. Na realidade, a atuação mais marcante, foi a de Glenn Close, interpretando Albert Noobs no filme homonimo, maravilhosa, fazendo uma mulher que finge ser homem para trabalhar de mordomo. Os conflitos, o medo de ser pega, a descoberta da sexualidade…infelizmente não há como aprofundar sem dar muito spoiler.

 

Melhor Ator coadjuvante


VENCEDOR: 
Christopher Plummer(Beginners)
INDICADOS: Kenneth Branagh (My Week with Marilyn), Jonah Hill (Moneyball), Nick Nolte (Warrior), Max von Sydow (Extremely Loud and Incredibly Close)

Concorreu com a categoria “Ator principal” como maior jogo de cartas marcadas da noite. Plummer reina soberano em “Toda forma de amor”, fazendo um idoso que após a morte da esposa assume sua homossexualidade, sem clichê nem maneirismo algum, perfeito. Branagh e Von Sydow também desempenharam ótimos papéis. Os outros dois indicados cumpriram a cota.

 

Melhor Atriz coadjuvante

VENCEDOR: Octavia Spencer (The Help)
INDICADOS: Bérénice Bejo (The Artist), Jessica Chastain (The Help), Melissa McCarthy (Bridesmaids), Janet McTeer (Albert Nobbs).

Esse foi indiscutível, “The Help” é um filme ótimo, bonito, tocante ainda que use muitos clichês ( por mais que não abuse deles, estão presentes). E o mérito maior para o filme é a atuação de Octavia Spencer, maravilhosa, quando ela está em cena, roubava os holofotes que seriam de Viola Davis e Emma Stone.
Sobre as outras indicadas, Jessica Chastain como muitos estão falando surge muito bem, já atuou perfeitamente em “Arvore da Vida” e tem potencial demais – aliás todo o elenco de Historias Cruzadas é bom. Janet McTeer tem um personagem interessantíssimo em Albert Nobbs, infelizmente um filme ignorado no Brasil. Berenice Bejo e Melissa McCarthy tem seus méritos, mas não se destacam tanto, principalmente a última por atuar num filme tão fraco – Bridesmaids.

 

Melhor filme de animação

VENCEDOR: Rango
INDICADOS: A Cat in Paris, Chico and Rita, Kung Fu Panda 2, Puss in Boots.

Difícil escolha pra mim – para os acadêmicos não, Rango também era uma barbada. Deixarei o editor do blog triste, ao dizer que achei os três favoritos sacais: Gato de Botas é inferior aos 2 primeiros filmes da franquia Shreck, Kung Fu Panda era bem legal, mas o segundo é repetição e inferior demais ao original. Rango é chato também, apesar de ser o melhor dos 3. Os outros 2 são estrangeiros, “Gato em Paris” tem um estilo que sinceramente desconheço, mas é legal, enquanto “Chico y Rita” (meu preferido) é de temática adulta – tem até peitinhos, com mamilos polêmicos em 3D.

 

Melhor filme estrangeiro

VENCEDOR: A Separation (Irã)Asghar Farhadi
INDICADOS: Bullhead (Bélgica) – Michael R. Roskam, Footnote (Israel)Joseph Cedar, In Darkness (Polônia)Agnieszka Holland, Monsieur Lazha (Canadá)Phillipe Falardeau

Demorarão pra chegar no Brasil, todos os indicados. “A Separação” é indiscutivelmente o melhor, mostra uma temática ligada a religião, ao caos que o Irã sofre todos os dias, drama familiar duplo, é perfeito e indiscutível. Já Havia ganho o Globo de Ouro, merecidamente – desbancando o ótimo “ A Pele que Habito” de Almodóvar. Além da temática riquíssima, “A Separation” possui um roteiro primoroso, e devia figurar entre os indicados a “Melhor Filme”.

 

Melhor Edição de som

VENCEDOR: Philip Stockton and Eugene Gearty (Hugo)
INDICADOS: Lon Bender and Victor Ray Ennis (Drive), Ethan Van der Ryn and Erik Aadahl (Transformers: Dark of the Moon), Richard Hymns and Gary Rydstrom (War Horse), Ren Klyce (The Girl with the Dragon Tattoo)

Hugo” Mereceu cada um dos prêmio técnicos, a experiência é linda demais, tem quer ser vista no cinema e todo aquele bla bla bla. Merecidíssimo, mas é importante destacar “Drive” não só pela sua edição sonora, mas também pela direção, atuações perfeitas e violência na medida.

 

 

Melhor Mixagem

VENCEDOR: Tom Fleischman and John Midgley (Hugo)
INDICADOS: David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce, and Bo Persson (The Girl with the Dragon Tattoo), Deb Adair, Ron Bochar, David Giammarco, and Ed Novick (Moneyball), Greg P. Russell, Gary Summers, Jeffrey J. Haboush, and Peter J. Devlin (Transformers: Dark of the Moon), Gary Rydstrom, Andy Nelson, Tom Johnson, and Stuart Wilson (War Horse)

Mais uma vez, “Hugo” soberano e indiscutível, mas “Millenium” também tem uma mixagem muito boa, aliás a abertura do filme e música “Immigrant Song” dão um tom maravilhoso a película – pena que gere uma expectativa grande demais para o filme em si – é o que se espera de David Fincher

 

Melhor canção original

VENCEDOR: “Man or Muppet” de The Muppets — Bret McKenzie
INDICADO: “Real in Rio” de Rio — Sérgio Mendes, Carlinhos Brown e Siedah Garrett

Mil perdões a Sergio Mendes, e a todos os brasileiros loucos que cravaram essa disputa como vencida. “Man or Muppet” é sensacional, profunda, linda… Eu também fiquei na dúvida sobre o que eu era, crise existencial gigantesca.

 

 

Melhor figurino

VENCEDOR: Mark Bridges (The Artist )
INDICADOS: Lisy Christl(Anonymous), Sandy Powell(Hugo), Michael O’Connor(Jane Eyre), Arianne Phillips(W.E)

Quem me conhece sabe que eu sou um profundo conhecedor de moda e estilo. E com todo esse embasamento, digo que “Hugo” foi injustiçado, mas não tanto como em outras categorias, essa passa. “O Artista” tem uma figurino lindíssimo – Jane Eyre e Anonymous também (aliás, aconselho-os a se distanciarem deste último, se quiser ver, por causa dos figurinos, ponha no “mudo”).

 

Melhor maquiagem caracterização

VENCEDOR: Marese Langan (The Iron Lady)
INDICADOS: Martial Corneville,Lynn Johnson, Matthew W. Mungle (Albert Nobbs), Nick Dudman, Amanda Knight e Lisa Tomblin (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2)

Como eu disse em “melhor atriz”, Glenn Close (e Janet Mcteer, por que não?), atuam muitíssimo bem, e mérito demais nisso para a caracterização de ambas, por isso meu palpite era “Albert Noobs”, não que o vencedor seja (ou sejo, que seje) ruim, é muito boa em “The Iron Lady”, mas Albert Noobs é melhor.

 

 

 

Pausem para tomar um café!


Melhor roteiro original

VENCEDOR:  Woody Allen (Midnight in Paris)
INDICADOS: Michel Hazanavicius (The Artist), Kristen Wiig and Annie Mumolo (Bridesmaids), J.C. Chandor (Margin Call), Asghar Farhadi (A Separation

Apesar de achar a maioria de seus filmes um porre, nesse “Meia-Noite em ParisWoody Allen vem com os dois pés na porta, e com três socos na cara. A riqueza do roteiro até encobriu o péssimo ator que é Owen Wilson, a história se desdobra lindamente, causa reflexão, proporciona uma alternativa de pensamento, e cutuca o espectador mais rabugento e hipster, que só “curte” a produção artística do passado. È um filme indispensável. Seus adversários jamais poderiam alcançá-lo, exceção ao “Separação” que possui um roteiro primoroso também. Como nessa categoria, o conteúdo é valorizado, “O Artista” não tinha chance alguma, com sua história rasa e fraca, não teria como competir.

Melhor roteiro adaptado

VENCEDOR:  Alexander Payne, Nat Faxon, and Jim Rash from The Descendants by Kaui Hart Hemmings ( The Descendents)
INDICADOS: John Logan from The Invention of Hugo Cabret by Brian Selznick (Hugo) , George Clooney, Grant Heslov, and Beau Willimon from Farragut (North by Beau Willimon (The Ides of March) , Steven Zaillian and Aaron Sorkin; Story by Stan Chervin from Moneyball by Michael Lewis (Moneyball), Bridget O’Connor and Peter Straughan from Tinker, Tailor, Soldier, Spy by John le Carré (Tinker Tailor Soldier Spy)

Cagando uma boa regra, na hora de arriscar um palpite- naqueles concursos famigerados, arrisquei “Hugo”( não li nenhum dos livros ate agora), mas os “Descendentes” tem lá seus méritos, não é nada demais, mas mereceu ganhar o prêmio.

Melhor direção de arte

VENCEDOR: Dante Ferretti and Francesca Lo Schiavo (Hugo)
INDICADOS: Laurence Bennett and Robert Gould (The Artist), Stuart Craig and Stephanie McMillan (Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 2), Anne Seibel and Hélène Dubreuil (Midnight in Paris), Rick Carter and Lee Sandales (War Horse)

Hugo” soberano mais uma vez, nesse quesito até o famigerado “O Artista” foi legal, o filme de Woody Allen também teve uma direção de arte soberba, mas a película de Scorsese não tinha como perder.

 

Melhor fotografia

VENCEDOR:  Robert Richardson (Hugo)
INDICADOS: Guillaume Schiffman (The Artist), Jeff Cronenweth (The Girl With the Dragon Tattoo), Emmanuel Lubezki (The Tree of Life), Janusz Kamiński (War Horse)

Fora “A Invenção de Hugo Cabret”, “Millenium” também é muito bom, Jeff Cronenweth manda bem demais, é indiscutível, só que o primor e a beleza de “Hugo” “engole” os concorrentes.

 

Melhor edição/ montagem

VENCEDOR:  Angus Wall and Kirk Baxter (The Girl with the Dragon Tattoo)
INDICADOS: Anne-Sophie Bion and Michel Hazanavicius (The Artist), Kevin Tent (The Descendants), Thelma Schoonmaker (Hugo), Christopher Tellefsen (Moneyball)

Nesta categoria, tanto o filme de David Fincher, quanto o de Scorsese poderiam vencer – por gosto pessoal, achei a montagem melhor no segundo citado, mas em Millenium também foi muito boa. Infelizmente uma das únicas coisas realmente extraordinárias no filme…

 

 

Melhores efeitos visuais

VENCEDOR: Rob Legato, Joss Williams, Ben Grossmann, and Alex Henning (Hugo)
INDICADOS: Tim Burke, David Vickery, Greg Butler, and John Richardson (Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 2), Erik Nash, John Rosengrant, Danny Gordon Taylor, and Swen Gillberg (Real Steel), Joe Letteri, Dan Lemmon, R. Christopher White, and Daniel Barrett (Rise of the Planet of the Apes), Scott Farrar, Scott Benza, Matthew E. Butler, and John Frazier (Transformers: Dark of the Moon)

Transformers 3” e “Planeta dos Macacos – A Origem” foram muito bons, seus efeitos são absurdos. O filme de Michael Bay é muito criticado por quem entende, e principalmente por quem não entende de cinema – e gosta de replicar as idéias dos outros, pra parecer cool – a história é rasa, assim como a maioria dos 800 filmes indicados ao Oscar – igual ao “Artista”, é fraca, muito fraca, mas não tão horrorosa assim, e em alguns aspectos, este é melhor que o 2. Quanto aos efeitos visuais, são perfeitos, o som também e bla bla bla. Planeta dos Macacos foi um dos melhores blockbusters de 2011 e surpreendeu, até James Franco não comprometeu ( outro criticado gratuitamente por quem não entende nada de atuação em cinema), mas “Hugo Cabret” é insuperável. As cenas em 3D, parece ser o primeiro filme pra valer nesse formato, feito pra funcionar em 3D pra valer. È sensacional, não é só “neve” que cai na cara do espectador, tem folhas de papel voando pela tela, uma transmutação das mais legais que já vi no cinema…È simplesmente fantástico e ganhou merecidamente.
Menção honrosa a cena com o dragão ucraniano em “Harry Potter 7.2”, muito boa, se “O Hobbit” não superar essa cena, será uma grande decepção. Muito boa, muito bem feita, a melhor até agora, de todos, todos os filmes. Pena que esteja em um filme do bruxinho míope…

Melhor melhor trilha sonora

VENCEDOR: Ludovic Bource (The Artist)
INDICADOS: John Williams (The Adventures of Tintin), Howard Shore (Hugo), Alberto Iglesias (Tinker Tailor Soldier Spy), John Williams (War Horse)

Apostava em “Hugo”, mas para um filme mudo como “O Artista” funcionar, tinha que ter uma trilha sonora, no mínimo fantástica. Não foi isso tudo, mas a Academia cismou…

 

Melhor Filme

VENCEDOR: The Artist (Thomas Langmann)
INDICADOS: The Descendants (Jim Burke, Jim Taylor, and Alexander Payne), Extremely Loud and Incredibly Close (Scott Rudin), The Help (Brunson Green, Chris Columbus, and Michael Barnathan), Hugo (Graham King and Martin Scorsese), Midnight in Paris (Letty Aronson and Stephen Tenenbaum), Moneyball  (Michael De Luca, Rachael Horovitz, and Brad Pitt). The Tree of Life (Dede Gardner, Sarah Green, Grant Hill, and Bill Pohlad), War Horse (Steven Spielberg and Kathleen Kennedy)

E então, essa é a parte mais chata… Como falar isso?
O Artista” – é um filme bonito, fotografia, atuações, ambientação, nisso ele é ótimo, até a direção é boa, mas o roteiro… É raso, sem profundidade, apela para clichês demais. Aí você pergunta, “qual é o problema de apelar para clichês, se o filme é bom?” Nenhum, se esses clichês não fossem saídas covardes para a trama, um fato como esse encaminhar um filme para o maior prêmio da noite, é demais. Homenagem por homenagem ao cinema, um outro filme indicado é muito mais (Você já deve imaginar qual é…)
Os Descendentes” – seria a terceira opção para apostas? Talvez. Direção, roteiro, atuações impecáveis, história boa, com curvas dramáticas bem delineadas, mas, é “independente” demais pra ganhar o prêmio. Isso aconteceu antes (Guerra ao Terror) mas era um filme propaganda americano… Não conta.
Tão forte Tão Perto” é sensacional, mas é azarão. Fala sobre 11/09 sem exagerar nos clichês – quem fala o contrário só pode estar louco – e mais uma vez repetindo o coro da maioria.
Histórias Cruzadas” – Talvez o filme que mais tinha cara de que ganharia, antes da badalação em cima do “Artista”. Historia é boa, atuações exuberantes – de longe o melhor elenco dos filmes indicados. Mas tem uma temática sobre luta contra preconceito, a Academia gosta e desgosta do tema de acordo com a Lua, sem critério nenhum.
Meia-noite em Paris” – perfeito, Woody Allen tava com mulesta, saudosista, esteticamente perfeito, com uma mensagem e um roteiro muito bons, mas não tinha “peso” pra levar o premio.
O homem que mudou o jogo” e “Cavalo de guerra” não mereciam estar aqui, um, é insosso demais, nem o Brad Pitt salva o filme, o outro é clichê puro, Spielberg parece estar de saco cheio de fazer cinema.
Àrvore da Vida” é pra poucos, bla bla bla. É ótimo, bonito visualmente, subjetivo, mas jamais ganharia o prêmio, a maioria dos acadêmicos nem deve ter entendido o filme… Só está aqui por ter vencido a Palma de Ouro em Cannes – o que não denigre o filme, que é maravilhoso.
Aí que está, apesar da minha torcida eu sabia que “A Invenção de Hugo Cabret” não venceria. Primeiro porque a academia tem qualquer coisa contra o Scorsese. Segundo porque a temática é – a principio, só quem não viu o filme crava isso – infantil. Homenagem ao cinema :

SPOILER GIGANTE
George Meliés, a cena que o Rene Tabard encontra a esposa do cineasta, era o próprio Scorsese reverenciando os seus ídolos.

O Artista reverencia o cinema tem que ser sensível…” – Vai pra pqp… Sensibilidade nada, tem que ter vergonha na cara, quem fala isso tá desacostumado a ver filmes mudos. Em “Hugo”, as cenas de “Assalto ao trem”, “Viagem a Lua” etc mostram que os filmes mudos podiam ter uma historia boa, ao contrário do vencedor da noite…

 

Melhor Diretor

VENCEDOR:  Michel Hazanavicius  (The Artist)
INDICADOS: Woody Allen (Midnight in Paris), Terrence Malick (The Tree of Life), Alexander Payne  (The Descendants), Martin Scorsese  (Hugothleen Kennedy)

Essa categoria, acredito ter sido até mais vexatória que a de melhor filme. Hazanavicious esteve bem, indiscutível, mas Scorsese brincou de dirigir – o tolo ignorante que fala que não viu a marca dele no filme deve ter visto 3 filmes do homem. Apesar do estilo fugir do seu habitual da pra perceber que Martin está lá, posição da câmera, cortes, os atores funcionam como uma orquestra regida sob sua varinha – talvez esse tenha sido o pecado do filme, se tivesse uma estrala maior, ou um protagonista adulto – preconceito besta.
Martin Scorsese ganhou o Oscar de direção por “Infiltrados”, inferior a “Hugo”, “Taxidriver”, “Casino”, “Bons Companheiros”… Essa é a maravilhosa academia…

 

Menção Honrosa:

Documentário:

VENCEDOR:  Undefeated – TJ Martin, Dan Lindsay, and Richard Middlemas
INDICADOS: If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front – Marshall Curry and Sam Cullman; Paradise Lost 3: Purgatory – Joe Berlinger and Bruce Sinofsky; Pina – Wim Wenders and Gian-Piero Ringel; Hell and Back Again – Danfung Dennis and Mike Lerner

O único que consegui ver foi “Pina” (This is Brazil), que é lindo, uma grande experiência, mesmo pra quem não conhece a bailarina alemã.

Bom, é isso, espero que vocês sintam pouca raiva de mim.
Até o ano que vem.


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