[Resenha] Star Trek: Sem Fronteiras

A virada apresentada por J.J. Abrams em 2009, ao reiniciar a franquia Star Trek (pra mim, eternamente Jornada nas Estrelas) agradou a muitos mas não aos mais puristas. Algumas pessoas diziam que a alma da série havia dado lugar a um clima mais de ação, puxado para Star Wars. A expectativa dessa galera não melhorou muito quando noticiaram a saída de Abrams da cadeira de diretor para dar lugar a Justin Lin, que vinha de 4 filmes da franquia Velozes e Furiosos.

O novo filme da franquia teve seu primeiro trailer lançado (vídeo abaixo) e a revolta foi generalizada. Com trilha sonora do Beastie Boys e muitas cenas de ação, parecia que as missões da Enterprise estavam fadadas ao cinema de ação, deixando a ficção de lado. O que muita gente não prestou atenção foi aos detalhes.

O diretor Justin Lin é um fã da série clássica e os roteiristas Simon Pegg (que interpreta Scotty) e Doug Jung queriam fazer deste filme uma homenagem a franquia, que completa 50 anos em 2016. Com isso você que gosta de ação, pode confiar na experiência do diretor. Quem sente falta de um ar de ficção científica e do senso de exploração espacial, presente na série dos anos 60, também pode ficar tranquilo pois está tudo lá.

Left to right: Zachary Quinto plays Spock and Karl Urban plays Bones in Star Trek Beyond from Paramount Pictures, Skydance, Bad Robot, Sneaky Shark and Perfect Storm Entertainment

Neste filme a Enterprise vai ajudar uma nave que está avariada em um planeta no espaço não mapeado. “Indo audaciosamente onde nenhum homem jamais esteve”, eles são atacados por um alienígena chamado Krall (Idris Elba, debaixo de muita maquiagem mas marcante em cena) e derrubados neste mesmo planeta (não é spoiler, tá no trailer). A tripulação precisa então ser reunida para derrotar este inimigo que tem um ódio tremendo pela Federação dos Planetas Unidos.

Sem Fronteiras não é meu filme favorito da nova série, mas ele traz melhorias em relação aos anteriores. Lin é um melhor diretor de cenas de ação que Abrams e não ter mais o efeito de lens flare a cada 5 minutos (tique irritante do J.J.) melhora qualquer filme. Outro ponto extremamente positivo foi o roteiro dar um tempo maior para o desenvolvimento de outros integrantes da tripulação. Como todo mundo ficou separado após o ataque, a dinâmica deixou de ser quase exclusiva da dupla Kirk e Spock para dar lugar a outros personagens. Neste ponto o Dr McCoy de Karl Urban brilha.

Como roteirista, Simon Pegg se saiu muito bem, criando uma trama que lhe deixa curioso por boa parte da projeção, desenvolvendo personagens, apostando certo no humor, entregando no terceiro ato os motivos do vilão, elevando o risco corrido pelos heróis e apresentando um final que deixa todo mundo querendo logo um quarto filme.

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Outra coisa que me agradou muito foi a existência de diversas raças alienígenas durante a projeção. Sei que por motivos de orçamento nunca temos tantas espécies diferentes, mas aqui elas não só aparecem como possuem papéis cruciais em partes da trama. A personagem Jaylah (interpretada por Sofia Boutella, de Kingsman) é uma adição e tanto ao grupo. Espero que ela volte nos outros filmes.

Star Trek: Sem Fronteiras é mais que recomendado para você que gosta de um bom blockbuster. Tem ação, tem ficção, tem humor e vai valer seu rico dinheirinho. Veja lá no cinema e depois me diga nos comentários qual seu filme favorito dessa trilogia.

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PS: Lembra daquela música do Beastie Boys que todo mundo reclamou? Ela tem seu lugar no filme.

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