Sou fã de Mad Max desde a infância. Quando era muito pequeno (agradeço aos meus pais por ignorarem a classificação indicativa), Mad Max 2 era um dos meus filmes favoritos. O Ford Falcon V8 com parte do motor para fora, as perseguições, o figurino, a violência e tantos outros detalhes eram tudo que um guri precisava para se divertir.
Naquela época eu não entendia metade da trama e muitas vezes apressava a fita (sim, sou velho assim) para meus momentos favoritos. Com o tempo fui entendendo mais cada trecho, passei a compreender o que havia acontecido com o personagem no primeiro filme e apreciar mais sua jornada ao longo das três produções.
Ano passado fui muito empolgado ver George Miller trazer de volta toda aquela loucura na wasteland para as telas. O resultado foi bom, mas não era exatamente o que esperava. A ação estava lá, a loucura estava lá e muitos novos detalhes que engradeciam o universo do Max estavam lá. Uma personagem forte e com um arco admirável estava lá. Só quem não apareceu foi o Max.
Sei que Tom Hardy não queria imitar ponto a ponto cada detalhe da interpretação de Mel Gibson, mas Max não é um deficiente mental que sabe grunhir, dirige bem e tem boa pontaria (nem me faça discutir a “voz de Bane”). Vendo o filme entendo porque anteriormente, em sua fase inicial de desenvolvimento, se chamava Furiosa. Olhando o trailer de Rogue One penso que teria sido melhor o filme ser intitulado Furiosa – A Mad Max Sotry, na mesma pegada que estão fazendo em Star Wars, deixando de fora completamente o Max.
Foi então que para minha surpresa (atrasada, admito) comecei a jogar Mad Max, jogo desenvolvido pela Avalanche Studios que se passa no mesmo universo do filme lançado em 2015. Aqui temos um início praticamente idêntico ao de Estrada da Fúria. Max é derrotado por uma gangue da wasteland e tem seu carro roubado.
No jogo você não é levado como prisioneiro e tem a ajuda de um mecânico deformado que lhe considera um enviado divino de sua religião, que glorifica automóveis. Sua missão é chegar em Gastown e recuperar seu carro, o mesmo dos 3 primeiros filmes e se vingar daqueles que tentaram lhe matar. Daí para frente você tem um mundo aberto e bem vasto. Cada área é dominada por uma gangue e existem centenas de missões secundárias a serem desenvolvidas.
Onde entra a parte em que este jogo é uma melhor continuação que o filme? O Max. Diferente do que vemos em Estrada da Fúria, ele fala. É um homem de poucas palavras, mas isso ele sempre foi. Neste jogo vemos o personagem se desenvolver, criar frágeis alianças e até vislumbrar uma vida que seria impossível num mundo como o que habita.
O game tem uma jogabilidade que une de forma excelente pontos já vistos em outros títulos. Quando você está dirigindo, pode travar verdadeiras batalhas contra outros motoristas da wasteland e quando desce do carro tem momentos de luta que lembram o combate corpo a corpo da série Arkham.
O design de produção é espetacular, fazendo da terra devastada muito mais que um deserto. Você dirige por trechos que um dia pertenceram ao oceano, com navios naufragados e outros que são as ruínas de cidades e estradas. Tem horas que você vai parar só para admirar a paisagem. Quem sabe até fazer umas imagens, como as que fiz para ilustrar este post.
No fim das contas existem várias teorias. A mais plausível é que este game se passa logo antes do início de Estrada da Fúria, afinal até as gangues que você enfrenta estão lá. Outra (a que prefiro levar a frente) é a de que Max se tornou uma espécie de lenda na wasteland, onde é conhecido como o Guerreiro da Estrada e uma pessoa decidiu tomar para si o nome Max por admiração. O Max que vi quando criança e que me acompanhou este tempo todo está representado no mundo dos games.
E você? Já jogou ou pretende jogar Mad Max? Tem uma opinião ou teoria diferente sobre os quatro filmes? Deixe seu recado nos comentários que este assunto pode ir longe.