[Resenha] Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Você deve ir ao cinema? (Sem Spoilers)

Depois de 3 anos em produção e mais de uma década em pré-produção, o filme onde o Clark Kent e Bruce Wayne dividiriam as telas chega aos cinemas. Quer saber se ele é bom ou não? Se vale mesmo pagar pelo ingresso? Vamos por partes:

Resumindo, o filme é bom. Ele é divertido e justifica uma visita ao cinema. Algumas escolhas de elenco se mostraram melhores do que esperava e existem trechos que parecem fazer referências a algumas das sagas mais famosas destes personagens. Ele é bom, mas não é perfeito. Um dos maiores problemas aqui se chama pressa. A DC queria ter o que a Marvel tem nos cinemas, mas quis tudo de uma vez e fazer tudo num filme de 2 horas e meia fica difícil. Isso compromete o andamento do filme e seu roteiro. Existem aqueles que irão gostar muito e outros que já pensam no fim do universo cinematográfico da DC. Aconselho que você vá lá ver por si só, e depois volte para dizer o que achou nos comentários. Agora vamos por partes.

A trama

O filme começa durante a batalha final vista em O Homem de Aço (2013 – dirigido pelo próprio Snyder), mas desta vez acompanhamos como toda aquela destruição digna de Goku vs Vegeta afetou as pessoas em Metrópolis. Um destes meros mortais é ninguém menos que Bruce Wayne. Ele tenta a todo custo chegar ao prédio de sua companhia, mas vê o mesmo ruir sob os raios oculares dos kryptonianos. Essa sensação de impotência frente ao poder dos alienígenas motiva o bilionário a procurar um meio de parar estes seres que podem nos destruir ao seu bel prazer. O ressentimento e o receio de que o Superman mude de lado são os fios condutores do lado do Batman.

Superman no Dia dos Mortos

Enquanto isso, Clark Kent tenta se adaptar a uma vida dupla, onde ele ajuda as pessoas como Superman, mas também tenta manter seu emprego como jornalista. Curiosamente o tal truque dos óculos funciona aqui. O filme mostra que este herói vive no mesmo mundo que nós, onde todo mundo tem uma opinião diferente e não importa quantas pessoas ele ajude, sempre vai ter alguém xingando na mídia. Em certo momento o personagem parece realmente perdido em seu papel no nosso mundo.

Ao mesmo tempo Lex Luthor (o Zuckerberg da DC) odeia meta humanos porque sim. Ele se alia ao governo para tentar encontrar as fraquezas do Super-Homem e assim não precisar se preocupar em caso de nova invasão. Claro que o jovem bilionário tem uma agenda própria, mas isso só deve aparecer mais tarde.

O Elenco

Vamos começar pelo melhor. O núcleo do Batman está irretocável. Affleck veio calar a boca de meio mundo que pirou quando ele foi anunciado para o papel. Ele funciona muito bem não somente como Homem-Morcego, mas também como Wayne. Gosto tanto da interpretação dele quanto gostei da feita pelo Bale em 2005. Jeremy Irons está fabuloso como Alfred. Sua versão do mordomo é indispensável para o Batman. Ele tem algumas das melhores tiradas do filme.

O núcleo do Superman é composto por muitos personagens que conhecemos no filme anterior. Cavill é um excelente Super-Homem. Ele não tenta emular o tradicional escoteiro eternizado por Christopher Reeve, mas apresentar uma pessoa que ainda não sabe exatamente como ser um herói. Amy Adams e Diane Lane estão bem, mas nada que saia do que vimos no filme anterior. Um ponto positivo foi a expansão do papel de Perry White, que aqui chega perto de lembrar o J.J. Jameson dos primeiros filmes do Homem-Aranha.

É aí que chegamos a um dos pontos mais fracos de toda a trama. Jesse Eisenberg mistura o Zuckerberg que interpretou em A Rede Social com o Charada do Jim Carey para criar um Lex Luthor que não só parece irritante como muda de motivação a cada momento (algo que fica jogado no ar em sua última cena no filme).

A Mulher Maravilha? Infelizmente ela não aparece tempo suficiente para fazer uma impressão completa. Toda a participação da personagem existe apenas para dois motivos. Lutar junto aos dois heróis na batalha final e dar início ao universo cinematográfico da DC. Pois é exatamente aí que mora o maior problema do filme.

A Origem da Justiça?

A Marvel tem um universo compartilhado que reúne filmes e séries em estúdios e canais variados. Isso rende público, bilheteria e crescimento na venda de quadrinhos. Aparentemente os executivos da DC olharam aquilo tudo decidiram ter a mesma coisa, mas sem ter que percorrer o caminho mais longo.

Ben Affleck

Até a chegada do filme dos Vingadores, a Marvel Studios lançou 5 filmes e uniu tudo através de cenas pós-créditos, referências e pequenas participações especiais. Em BvS, Zack Snyder quis apresentar um novo Batman, mostrar os eventos posteriores à batalha de Metrópolis, criar um novo inimigo, dar nuances de um futuro possível e apresentar 4 personagens que nunca tinham dado as caras nas telas dos cinemas.

No fim, parece que temos três filmes distintos e a fotografia tenta lembrar disso sempre. Temos o filme do Batman (meu favorito), mais sombrio, que mostra a investigação do Morcego sobre um criminoso chamado Português Branco. O filme do Superman, mais claro e que apresenta a reação do mundo aos eventos do primeiro filme e A Origem da Justiça, um emaranhado de cenas e personagens jogados na tela e que devem fazer mais sentido para os fãs dos quadrinhos. Um dos pontos mais importantes deste núcleo do filme é apresentado através de um e-mail que é quase uma apresentação em PowerPoint já os símbolos dos heróis prontos.

Se ficássemos apenas com os dois primeiros, tendo uma cena pós-créditos apresentando a Mulher Maravilha, talvez minha experiência tivesse sido melhor.

No fim das contas, se você curtiu O Homem de Aço provavelmente gostará do que vai ver aqui. Praticamente é um filme bem divertido e o Batman salva realmente a cena em BvS. A luta entre os dois pode ser considerada um pouco forçada, mas não dura muito e a aparição do vilão final que irá unir a Trindade da DC já foi revelada em um trailer. Na verdade, se você viu “aquele” trailer, já viu o filme praticamente todo.

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