[Resenha] A Inquebrável Kimmy Schmidt

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Unbreakable Kimmy Schmidt é uma série criada por Tina Fey — melhor apresentadora do Globo de Ouro, roteirista e atriz de programas e filmes como Saturday Night Live, Meninas Malvadas, 30 Rock, Uma Noite Fora de Série, entre outros — e Robert Carlock — responsável pela produção executiva e pelo roteiro de 30 Rock, Friends e Saturday Night Live —, que estreou na Netflix em março de 2015 e já tem sua segunda temporada prevista para algum ponto de 2016. Inicialmente, a ideia da Netflix era fazer a série contendo apenas duas temporadas. Na primeira temos 13 episódios de aproximadamente 25 minutos de duração.

A série conta a história de Kimberly Schmidt (Ellie Kemper, de Missão Madrinhas de Casamento, Anjos da Lei e da série The Office), uma jovem da cidade fictícia de Durnsville, Indiana, que foi sequestrada aos 15 anos e colocada dentro de um bunker — espécie de abrigo subterrâneo — onde um reverendo chamado Richard Wayne Gary Wayne a manteve presa e salva de um suposto apocalipse junto de mais outras três mulheres.

Suas companheiras eram: Gretchen (Lauren Adams, atriz não muito conhecida na tv, mas que faz bastante stand-up), uma fanática religiosa que acredita cegamente no reverendo; Cyndee (Sara Chase, que fez participações em séries como Arrested Development, Lei & Ordem e Mercy), melhor amiga de Kimmy na escola; e Donna Maria (Sol Miranda, de Meus Dias Incríveis e participações na série Lei & Ordem), uma mulher hispânica que não sabe uma palavra em inglês. Após 15 anos presas, elas são encontradas e ficam conhecidas como as Mulheres Toupeira de Indiana; enquanto algumas apreciam e aproveitam sua fama instantânea, Kimmy decide ficar em Nova Iorque para viver sua nova vida.

A temporada gira em torno das novas experiências de Kimmy (como usar um celular para tirar uma selfie, ir à baladas etc) e da forma como ela interage com as pessoas a sua volta, afinal sua ingenuidade dos 15 anos de idade ainda permanece. Em seu primeiro dia na cidade, com o dinheiro que ganhou com o fundo de apoio às Mulheres Toupeira, ela procura um apartamento para alugar e encontra o anúncio de Lillian — Carol Kane, de Um Dia de Cão, Noivo Neurótico – Noiva Nervosa, Gotham, entre outros —, uma mulher meio estranha, que parece estar fora de órbita o tempo inteiro, e que está alugando um quarto no apartamento de seu inquilino Titus Andromedon — Tituss Burgess, ator famoso na Broadway, que também participou da série 30 Rock —, um ator  fracassado, cujo sonho é participar de musicais na Broadway. Após certa relutância, Lillian aceita Kimmy em seu apartamento com a condição de que ela arrume um emprego remunerado.

Enquanto anda sem rumo pela rua, Kimmy vê um garotinho roubando e o segue até sua casa para entregá-lo à sua mãe, a milionária Jacqueline Voorhees (Jane Krakowski, famosa pelas séries Ally McBeal e 30 Rock, além dos filmes Alfie – o Sedutor, Garotas Malvadas e Pixels), que a convida para entrar e oferece a ela o cargo de babá. Também conhecemos a enteada de Jacqueline, a rebelde Xanthippe Lannister Voorhees  (Dylan Gelula, das séries Jennifer Falls e Chasing Life), que adquire uma especial implicância por Kimmy e sua ingenuidade e decide que vai acabar com sua vida.

À medida que a história vai progredindo, vamos sendo apresentados a novos personagens. Quando Kimmy decide voltar a estudar, conhecemos Dong (Ki Hong Lee, de Maze Runner), um imigrante asiático que acabou de chegar aos Estados Unidos e cujo nome é apelido para uma certa parte íntima masculina. Logo depois, conhecemos o marido de Jacqueline, Julian Vorhees (Mark Harelik, de Eleição, Jurassic Park III, The Big Bang Theory, entre outros), que nunca tem tempo para a família e está sempre viajando pelo mundo a trabalho.

Encontramos ainda Randy (Tim Blake Nelson, de O Incrível Hulk, Lincoln e do novo Quarteto Fantástico), policial de Durnsville e padrasto de Kimmy — extremamente abobalhado e trapalhão —, além de sua filha Kymmi (Kiernan Shipka, de Mad Men e Avatar: A Lenda de Korra), que odeia a meia-irmã por achar que ela ofusca completamente a sua vida. E por último, temos Logan Beekman (Adam Campbell, de Uma Comédia Nada Romântica, Deu a Louca em Hollywood e Cinco Anos de Noivado), um ricaço mimado que se interessa por Kimmy.

Talvez a parte mais engraçada da série tenha sido o julgamento do reverendo, onde vemos seu rosto pela primeira vez. Richard Wayne Gary Wayne, que também trabalha como DJ nas horas vagas, é interpretado por Jon Hamm (de Mad Men, Diário de um Jovem Médico, 30 Rock, além de vários filmes) e rouba completamente a cena. Com seu perfil falastrão, conquista todo o tribunal, inclusive os advogados de acusação: Marcia Clark e Chris Darden, interpretados pela própria Tina Fey (criadora da série) e por Jerry Minor (das séries Community e Arrested Development). O que faz deles, provavelmente, os piores advogados que alguém poderia ter; algo parecido com a advogada de defesa de Adnan Syed, aquele do podcast Serial.

Unbreakable Kimmy Schmidt é uma série superengraçada, com diálogos maravilhosos e aquele toque lindo de amor que a Tina Fey deixa por onde passa. Ellie Kemper interpreta a perfeita menina ingênua do interior, com suas caretas e expressões antiquadas, enquanto Tituss Burgess representa seu extremo oposto, cheio da malandragem da cidade grande — inclusive ele tem momentos em que eu choro de rir, como “Peeno Noir”, “Gonna be Famous”, “Spider-Man: O musical” e todo o jantar na casa dos Voorhees).

 

Enfim, Unbreakable Kimmy Schmidt é uma daquelas séries que você termina de assistir e já quer ver tudo de novo, em que você diz: “VOCÊ PRECISA ASSISTIR ESSA SÉRIE. SÉRIO, ASSISTE. NÃO PERGUNTE POR QUE, ASSISTA!” Os personagens são bem construídos, todos os episódios são engraçados, o season finale é muito legal, e tem vários atores da Broadway fazendo participações especiais. Além de Martin Short (de Marte Ataca!, Saturday Night Live e How I Met Your Mother) irreconhecível como o cirurgião plástico Dr. Franff, Richard Kind (de Divertida Mente, Gotham e Um Homem Sério) como o preguiçoso e rabugento professor Sr. Lefkovitz e Dean Norris (de Breaking Bad, Under the Dome e CSI) como Le Loup, um instrutor de masculinidade.

A abertura da série é super envolvente, fazendo alusão à famosa entrevista que originou o meme Bed Intruder*, com um homem sendo entrevistado sobre a descoberta do bunker e dizendo “They’re alive, dammit! It’s a miracle!” (“Elas estão vivas, merda! É um milagre!”). No primeiro episódio vemos a entrevista sendo transformada em música.

Assistam Kimmy Schmidt e vamos todos rezar para que o Apocalipse não venha e que a Kimmy consiga continuar em sua busca por autoconhecimento e realização enquanto nos diverte bastante! The females are strong as hell!

https://youtu.be/5GjMKia7J2E

*Bed Intruder: Foi uma entrevista que aconteceu no Alabama em 2010, sobre um homem que invadiu o quarto de uma mulher chamada Kelly e subiu em sua cama para tentar estuprá-la. O irmão de Kelly, Antoine Dodson, conversou com a equipe de reportagem (extremamente revoltado) e sua reação foi tão memorável que um grupo chamado The Gregory Brothers transformou a entrevista em música, usando o Auto-Tune. O vídeo está disponível no youtube, e a música (que é maravilhosa) pode ser comprada no iTunes!

 

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