Olá, eu sou Mayra Schultz e serei a responsável pela coluna #Dica de leitura aqui no Mundo Freak. As minhas dicas serão baseadas no que eu estiver lendo e não serão datadas, isto é, posso falar de um livro que acabou de ser lançado como algo escrito em 1800. Hoje vou indicar o Silo – Quando a verdade pode ser fatal, e ao final desse post você pode deixar a sua própria dica. =]
Bora lá?
Esta é uma introdução baseada no livro.
“ E sem coragem de abrir os olhos, sentia que tudo estava muito claro lá fora. O ar que preenchia seus pulmões inundava cada célula, dando a sensação de que inspiraria eternamente, e seu peito se expandiria, tornando-se infinito.
Sentia em seu rosto o calor do sol, como um afago suave e tranquilizador. Abriu os olhos e não conseguiu ver nada. Assim que se acostumou com a claridade pode ver um vasto campo verde. Limpo, uniforme, ondulando com o vento. O azul rasgava os pés de milho que cresciam lá no horizonte, dividindo céu de terra.
Tudo estava onde deveria estar. Tudo calmo, tudo limpo, tudo quieto. Quieto demais. Não se ouvia o vento, o farfalhar das folhas, nenhuma ave. Não se ouvia um só pensamento. Pairando ao redor, só se tinha um grande silêncio. Um vácuo incômodo e quase palpável.
Instantaneamente o ar mudou. Ficou pesado, quente e com pouco oxigênio. Pode ainda pensar que já havia sentido isso antes: quando sentia medo à noite, cobria sua cabeça com seu cobertor e sentia essa grande dificuldade de respirar. Mas o medo sempre foi maior, preferia sufocar a ter que lidar com o desconhecido no escuro.
Voltou a realidade de sua situação, pois a falta de ar piorara. O corpo respondia automaticamente, fazendo os pulmões puxaram mais ar, e de nada isso adiantava. A garganta seca fazia as vezes das narinas e tentava encontrar, um pouco que fosse, do oxigênio que tanto lhe sobrou a vida toda, e agora lhe fazia a maior falta.
Os joelhos cederam, foram de encontro à grama que cobria a extensão de terra onde estava. Lembrou-se de momentos bons com seus pais, com seus amigos… Os andares que ainda não explorara, os livros que ainda não lera e tudo que ainda gostaria de fazer e não poderia. Agora não importava, tinha conseguido o que queria. Estava do lado de fora. E era totalmente diferente do que viam nas telas. Deitou-se, prometendo a si mesma que só fecharia os olhos por um instante. Tudo estava girando. Dissera as palavras proibidas. “Eu quero sair”. E antes de fechar os olhos pela ultima vez, pode jurar que vira o céu ficar verde como o campo. “
“Silo”, de Hugh Howey, é um tenso suspense que mostra um mundo que foi destruído. Os poucos humanos que tiveram o azar de sobreviver vivem no subsolo, em uma pequena sociedade onde tudo deve ser controlado para garantir a permanência da espécie. Intrigante, rápido e provocador. Hugh nos faz questionar: agora, estamos realmente livres?
Silo – Hugh Howey
Editora Intrínseca – 1ª Edição 2014.
Gênero: Ficção.
512 páginas.