“Evil lives within you” (O mal vive dentro de você)
The Taking of Deborah Logan, ainda sem título traduzido no Brasil, é dirigido por Adam Robitel e produzido por ninguém menos que Bryan Singer, responsável pelos filmes da franquia X-Men, Operação Valquíria e produtor da série House. Não preciso nem dizer que as minhas expectativas estavam altíssimas, já que sou fã do trabalho de Singer.
O filme se desenrola, pelo menos na primeira parte, como um documentário médico. Mia Medina (interpretada por Michelle Ang, da série Underemployed) está fazendo sua tese de doutorado sobre a Doença de Alzheimer, e entra em contato com Sarah Logan (Anne Ramsay, vista em Dexter, The L World e Hawthorne), cuja mãe Deborah (Jill Larson, conhecida, pelo menos nos EUA, por um papel na Soap Opera* All my Children) possui a doença e aceita ser usada como objeto de estudo. Acompanhamos o cotidiano da família e as consultas rotineiras, até que começa a segunda parte do filme, quando a saúde de Deborah começa a se deteriorar e coisas estranhas, que não são ligadas aos sintomas do Alzheimer, começam a acontecer tanto com Deborah quanto com sua filha Sarah, Mia e a equipe de Mia.
Alguns pontos são importantes destacar:
1- A possuída é uma idosa. Não me lembro de ter visto algum found footage onde um idoso fosse o possuído e/ou o centro da história. Ponto positivo pela inovação, assim como pela atuação fenomenal de Jill Larson, que basicamente levou o filme nas costas;
2- O enredo tenta fugir dos clichês. A história acaba sendo muito longa e confusa, de um jeito que não sou capaz de resumir sem contar o filme inteiro aqui. Mas envolve uma central telefônica, frases em francês, um ritual demoníaco, um assassino de meninas pré-adolescentes, um assassinato e uma cena com lápis e uma folha faltando, digna de Criminal Case (aquele joguinho para Facebook). São tantos elementos usados pra tentar fugir do clichê que a história acabou se perdendo de levinho;
3- O final é um plot twist maravilhoso. Depois que eles conseguem impedir o ritual que deveria ser feito com a pequena Cara, em estágio terminal de câncer, que foi sequestrada por Deborah (e que quase teve a cabeça engolida no melhor estilo Anaconda, numa cena sensacional que eu voltei para rever em câmera lenta), o filme corta para uma gravação de noticiário, com a repórter entrevistando a menina que milagrosamente se curou do câncer. Ou será que não?
Apesar das derrapadas leves no roteiro, é um filme divertido e interessante, com alguns detalhes inovadores. Não dava pra ser completamente ruim, tendo a mão do Bryan Singer, mas eu esperava algo bem melhor e mais assustador, talvez. Mas vale a pena assistir!
NOTA 3/5
*Soap Opera: É o equivalente gringo às novelas brasileiras.