Fala galera, nesse mês de outubro pretendo rechear o mês inteiro com artigos sobre histórias e curiosidades no mínimo esquisitas de filmes clássicos de terror. Vamos começar com um filme que revolucionou o gênero de terror nos cinemas mundiais: O Bebê de Rosemary.

Nossa história começa em 1965 quando uma jovem e promissora atriz californiana chamada Sharon Marie Tate chega a Londres para interpretar seu primeiro grande papel no cinema no filme Eye of the Devil (1966), onde interpreta Odile de Caray, uma mulher com supostos poderes sobrenaturais que ensina um ritual de sacrifício para o marquês Philippe de Montfaucon, interpretado por David Niven, para salvar sua colheita que está praticamente perdida por uma onda de seca na região. O filme fez muito sucesso na Inglaterra e alavancou a carreira de Tate que continuou em Londres aproveitando a noite londrina, foi nessa época que ela conheceu Roman Polanski, diretor polonês que já vinha fazendo sucesso no cinema europeu.

No final do ano de 1966 Polanski começaria as filmagens de The Fearless Vampire Killers (1967), e o produtor do filme Martin Ransohoff insistiu que Polanski colocasse Tate no papel feminino do filme, já que foi ele quem a descobriu e estava atrás de papeis de destaque para ela finalmente despontar no cinema. Após um jantar sobre a produção, Polanski aceitou que ela estrelasse desde que usasse uma peruca vermelha para interpretar a personagem. Durante as filmagens os dois se apaixonaram, moraram juntos por um tempo no apartamento de Polanski em Londres, até que em Janeiro 1968 se casaram.

Com o sucesso de seus filmes europeus, não era de se esperam que mais cedo ou mais tarde Polanski fosse parar em Hollywood. Para sua estréia na América escolheu adaptar um best-seller de 1967, do autor Ira Levin, O Bebê de Rosemary (1968). O filme conta história de um jovem casal, Rosemary Woodhouse (Mia Farrow) e Guy Woodhouse (John Cassavetes), que se mudam para um apartamento em Manhattan. Quando Rosemary engravida, vê seu marido se envolver com seus vizinhos muito estranhos que pertencem a uma seita satânica e que acham que ela pode dar a luz ao filho do demônio.

Existem vários rumores de pessoas que trabalharam no set de filmagem. Polanski queria um maior realismo nas cenas de rituais satânicos, portanto ele contratou os serviços de Anton LaVey, fundador da Igreja de satã e autor de “The Satanic Bibles“, que serviu como consultor no filme. Tate que sempre estava presente no set assustou um de seus colegas ao dar uma declaração dizendo: “O diabo é lindo. A maioria das pessoas acha que ele é feio, mas ele não é.”. Mia Farrow ao final das filmagens recebeu os papeis de divorcio de seu marido, na época Frank Sinatra, pela cena em que apareceu nua.

O filme foi um sucesso de público e crítica, mas pelo tema abordado, também gerou bastante polêmica, principalmente por parte da Igreja que atacou severamente a película tentando proibir sua exibição a qualquer custo. Em 1969 começa a acontecer a coincidências e esquisitices. O produtor William Castle que recebia ameaças de morte desde a estreia do filme, foi internado as pressas com falência renal. Na sala de cirurgia as testemunhas afirmam terem o ouvido falar delirando: “Rosemary, pelo amor de Deus, solte esta faca!”, esta sendo uma cena chave do filme. No mesmo hospital estava Krysztof Komeda, compositor da trilha sonora do longa e grande amigo de Roman Polanski. Komeda morreu por causa de um coágulo no cérebro.

O acontecimento mais marcante envolvendo pessoas próximas ao filme aconteceu na madrugada de 9 de agosto de 1969, quando a mando de Charles Manson, um grupo de seus seguidores composto por Patricia Krenwinkel, Linda Kasabian e Susan Atkins, está última inclusive por coincidência fez parte da Igreja de Anton LaVey, que supostamente ajudou Polansky no filme, assassinaram com requintes de crueldade Jay Sebring, Abigail Folger, Wojciech Frykowski e Sharon Tate, está com 16 facadas na barriga onde carregava um bebê de 8 meses. Para mais informações sobre o caso e sobre Charles Manson escute nosso podcast sobre Serial Killers (Link) e leiam o sensacional artigo do nosso colega Igor Alcantara (Link).

Uma última coincidência aconteceu 11 anos depois da estreia do filme, quando John Lennon é assassinado na porta do prédio onde mora, o Edifício Dakota, o mesmo onde se passava a trama de O Bebê de Rosemary.

Acha que realmente o filme é amaldiçoado? Deixe seu comentário!