Olá, galerinha do Mundo Freak! Meu nome é Andressa, tenho 22 anos, moro no Hell de Janeiro, amo a temática do terror em geral, mas morro de medo de palhaços! Fui escolhida como colaboradora do MF e pretendo escrever sobre filmes e séries que eu assisto e que acho que irão agradar aos freakers
Minha primeira resenha vai ser sobre um filme de terror muito interessante que eu assisti há algumas semanas atrás chamado “The Possession of Michael King“. Não há título traduzido e muito provavelmente ele virá direto para DVD aqui nas terras tupiniquins, mas é “facilmente encontrável” nas internets. Espero que curtam!
“If you invite it in, it will never let you go” (Se você convidá-lo para dentro de você, ele nunca te deixará partir)
A frase acima é a premissa do filme, lançado em 22 de agosto nos EUA e ainda sem data de estreia prevista no Brasil. Ele conta a história de Michael King, um homem que, após sofrer uma tragédia familiar, resolve fazer seu próprio documentário onde ele é a cobaia que testa diversos tipos de rituais de invocação demoníaca das mais variadas crenças, com a intenção de reunir provas concretas da existência (ou não) de demônios. Fica difícil fazer uma sinopse sem divulgar partes importantes do enredo, mas fica claro desde o início do filme que Michael não acredita em nenhum tipo de força espiritual, seja ela benigna ou maligna, e por isso ele leva a história do documentário a frente com um tom de ironia e desafio. Obviamente, Michael acaba se deparando com uma força maligna que quer levá-lo a loucura e a forma como isso acontece é o grande diferencial desse filme: Michael passa o tempo todo fazendo piada e procurando explicações racionais para as coisas que começa a experimentar, até que é tarde demais.
Sem fugir do hype hollywoodiano das foud footages* (mas sem abusar das cenas longas e irritantes em primeira pessoa: O personagem correndo sem parar, a câmera balançando, telespectadores com dor de cabeça), o filme é contado através das câmeras de mão de Michael e câmeras profissionais de seu cameraman nas cenas fora de casa, e em câmeras de vigilância, fixas em pontos estratégicos da casa.
Apesar do orçamento restrito e do fato de ser independente, a produção do filme não se deixou limitar. A equipe técnica do filme está de parabéns: A maquiagem estava muito bem feita (os machucados e cortes pareciam de verdade), a edição do filme também, e tirando um ou outro efeito especial ruim (principalmente uma cena sofrível no clímax do filme, que eu nem preciso comentar porque quem assistir vai saber do que eu tô falando), o filme está mais que aprovado.
A escolha do ator Shane Johnson, que ainda não havia interpretado nenhum personagem de muita expressão, para o papel principal não poderia ter sido melhor. Ele conseguiu com maestria expressar um homem amargo e sarcástico que aos poucos foi perdendo a sanidade, e manteve a tensão e o desespero do personagem estampados nas cenas finais, interpretando muito bem aquilo que lhe foi imposto. Michael era o único personagem presente em cena na maior parte do filme, apenas com aparições eventuais de sua filha Ellie, interpretada pela atriz mirim Ella Anderson, e sua irmã Beth, interpretada pela atriz Julie McNiven (que já participou da série Supernatural no papel de uma “anja”).
A ideia de fazer um filme found footage sobre um homem que quer ser possuído é inovadora. A maioria dos filmes de terror do gênero são executados na direção oposta: é o demônio quem quer possuir o homem. Vale a pena assistir!
*Found footage: Em tradução literal significa “Gravação encontrada”, que é basicamente quando o filme conta um tipo de história que é inexplicável ou não solucionada e alguém encontrou gravações sobre o ocorrido. O primeiro filme do gênero foi Cannibal Holocaust, de 1980, filme gore que fez bastante sucesso entre os fãs mais underground. Para o público em geral, o gênero se tornou popular com A Bruxa de Blair, de 1999, e foi “redescoberto” com o sucesso de Atividade Paranormal e REC, ambos de 2007.