Olá Freaks!
Sou um ouvinte recente do podcast e um leitor mais recente ainda do site, mas desde o começo me tornei fã. Quando soube que o Andrei estava procurando novos membros para a equipe, não pensei duas vezes em me candidatar. Espero com meus posts contribuir um pouco para que este espaço tenha cada vez mais conteúdo interessante.
Antes de mais nada, como manda a boa etiqueta, vou me apresentar. Sou Igor Alcantara, tenho 38 anos, moro em Los Angeles, local de onde saem a maior parte dos filmes que amamos e também os que odiamos. Trabalho aqui no mercado de tecnologia e também sou escritor. Você pode conhecer um pouco mais sobre o que faço no meu site pessoal.
Neste espaço, vou falar um pouco de tudo: desde de curiosidades interessantes que existem neste lado freak do mundo chamado Califórnia até a assuntos que gosto como filosofia, cinema e, principalmente, literatura.
Minha vida como colunista do Mundo Freak vai começar com um assunto que interessa a muitas pessoas e é local de vários filmes e livros: cemitérios. Mais especificamente cemitérios que eu visitei e posso falar um pouco melhor. Poderia começar com o famoso Père Lachaise em Paris que conheci em 2011, mas achei melhor iniciar por um que fica quase “no quintal de casa”.
Trata-se do Hollywood Forever Cemitery, inaugurado em 1899. Ele tem entre seus ilustres “moradores” dois Ramones (Dee Dee e Johnny), um Beatle (o genial George Harrison) e muitos atores e atrizes como Mickey Rooney, Rudolph Valentino e outros.
No entanto, vou começar por este cemitério por um fator no mínimo inusitado. Trata-se de um projeto chamado Cinespia que acontece há 13 anos e ao qual eu tive o prazer de ir semanas atrás. Hollywood inteira, bem como outros bairros de Los Angeles, respira cinema e seu cemitério não foge à regra. Entre os meses de Julho e Agosto acontece aqui, normalmente aos sábados, sessões super concorridas de cinema.
Meu ingresso foi comprado com quase um mês de antecedência. As portas do cemitério são abertas às 19:00, cheguei às 18:00 e a fila já era imensa. Não existe nenhuma estrutura permanente para o evento. Você precisa levar sua comida, bebida, cadeiras, cobertores e se alojar em um gramado ao lado dos túmulos. Um DJ anima a noite até o início do filme, projetado na parede do crematório, às 21:00.
Não espere ver os novos Blockbusters produzidos nos estúdios (que, aliás, ficam bem próximos do local). Normalmente são filmes clássicos como Laranja Mecânica, O Bebê de Rosemary, Vidas Sem Rumo e outros. Se você der sorte, como eu, de ir em um dia de lua cheia, o espetáculo fica ainda melhor.
Eu acho que seria mais legal se os filmes fossem de terror, mas mesmo assim foi uma experiência inesquecível. Já visitei cemitérios à noite outras vezes, mas ao lado de mais de cem pessoas para uma sessão de cinema foi a primeira (e espero que não a última) vez.
O público faz grandes piqueniques. Tem gente que leva até vinho, velas e foundue. Eu e minha esposa nos contentamos com bastante comida e algumas cervejas escuras com rótulos decorados por caveiras. Bem apropriado.
Para quem vier a Los Angeles no verão, este é um evento que eu recomendo. Fui, gostei e com certeza irei nos próximos anos, seja como expectador vivo ou como, quem sabe, um morador deste inusitado cinema ao ar livre. E se você pensa que isso é o de que mais bizarro existe por aqui, aguarde os próximos posts. Los Angeles tem de tudo, de clínicas médicas que vendem maconha (dizem) da melhor qualidade a barbearias com stripers e pole dance.
O mundo é freak e o freak aqui é mais do que normal.