Parasyte (Kiseiju) – Um mangá de horror, ficção científica e clima escolar que todos deveriam conhecer

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Eles chegam em silêncio na escuridão. Eles descem do céu. Eles têm fome por carne humana. Eles estão por toda parte. Eles são parasitas, criaturas estranhas, que vêm invadir e tomar o controle por um hospedeiro humano para sobreviver.E depois de terem infectado suas vítimas, eles podem assumir qualquer forma que escolherem: monstros com dentes gigantes, demônios alados, criaturas com lâminas nas mãos. Mas a maioria optou por esconder o seu propósito por trás de comuns rostos humanos. Então, ninguém sabe de seu segredo, exceto um aluno de um colégio normal. Shinji está lutando pelo controle do seu próprio corpo contra um parasita alienígena, mas será que ele encontrará uma forma de alertar a humanidade dos horrores que estão por vir?

Assim começa o enredo de uma série que me deixou louco no último final de semana. Lançado em 1990 e terminado em 95, um mangá que tem muito a dizer e infelizmente pouca gente pôde acompanhar.

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É impossível deixar de lembrar de um dos thrillers clássicos dos anos 80 de horror, o Enigma de Outro Mundo (1982) que tem uma proposta parecida. Aliens amorfos que se misturam com a raça humana. Também existem muitos conceitos do horror espacial de Lovecraft, apesar do criador não parecer fazer nenhuma referência direta ao autor dos contos pulp. E um pouco do Invasores de Corpos (1978)

Shinji, o protagonista, é um garoto abaixo das expectativas, fraco e covarde. Que teve a sorte de conseguir que um desses parasitas não tomasse seu cérebro, fazendo com que seu ciclo de evolução se concluísse em seu braço direito. Por isso, diferente dos outros monstrengos, o garoto mantém sua identidade, além de poder conversar com o parasita invasor sobre as questões filosóficas que cercam a história.

Apesar do gore e violência, esses elementos não são gratuitos e adicionam na narrativa em vários momentos. Nenhum dos quadros me impactou de maneira negativa ou me deu nó no estômago, pois a arte de Hitoshi Iwaaki não preza ao detalhe do hiper realismo como algumas outras obras. Sendo algumas vezes até bem caricata, apesar de não cair no estilo visual mais light que temos hoje em dia. É uma obra para adultos, com discussões adultas e sem medo de atingir esse público.

 

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Até onde nos vemos como humanos? Porque nos colocamos como o topo da cadeia alimentar? Quais as consequências morais de nos matarmos indiscriminadamente? Além de outros seres terrenos?

Um ponto interessante de como a história se constrói é que os próprios parasitas não sabem exatamente o que fazem ali, quem os criou ou o porque matam seres humanos para se alimentar. Tudo é explicado de maneira subjetiva e cabe ao leitor interpretar o porque aquilo tudo vai acontecendo. Tudo depende de quais conclusões os leitores irão tirar.

O “mascote” da série (alerta de sarcasmo), o parasita Migi, se torna um dos mais legais sidekicks que eu já vi. Além de ajudar no alívio cômico, ser a consciência de Shinji e ainda ter espaço para ameaça-lo. O embate entre os dois é divertido, pois apesar de inimigos, devem lutar para sobreviverem, já que o simbionte não poderia existir sem o corpo do humano.

Kiseiju é uma obra redonda, com um plot excelente, que não se perfaz, nem se perde no meio como muitas outras obras orientais. Com uma conclusão justa e digna. Seus 64 capítulos estão cheios de muitos elementos cativantes, desde as discussões filosóficas, mistérios, ficção científica da boa e até a divertida comédia escolar.

Não deixe de ler essa obra fantástica e indique para os amigos que curtem o tema, não podemos deixar algo tão bom se perder.

Como nunca saiu no Brasil e não há chance disso acontecer, deixo aqui o link para download de todos os 10 volumes.

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