Não haverá SPOILERS na resenha, mas está liberado nos comentários.
Sword Art Online foi um anime que estreou na leva anterior de temporada. Não teve um grande apelo de início, já que não houve grandes nomes na produção e é muito semelhante em proposta que .Hack, a famosa série de animes baseada em um jogo online. Tudo conspirava para que SAO fosse um anime de passagem, assim como muitos outros nessas levas de temporada.
O caso é que SAO é um sucesso (pelo menos para o público brasileiro), graças ao enredo envolvente e original de um tema que apesar de estar na moda na mídia de games, é pouco explorado fora dela.
A história se passa no longínquo – só que não – ano de 2022, Sword Art Online é lançado como um MMORPG de realidade virtual, proporcionado por um capacete VR que estimula o usuário pelos cinco sentidos através do cérebro. Depois da versão Beta ser concluído com sucesso, Kayaba Akihito, o criado do mundo de SAO, impede os jogadores de sair. Com um desafio, os jogadores só poderão se desconectar se chegarem ao 100º andar do jogo e derrotaram o chefão final. No entanto, caso ocorra alguma morte, a pessoa morre no mundo real também.
Com a encrenca armada, Kirito, um dos usuários que testaram a versão beta, tem a missão de salvar todos os milhares de jogadores presos no RPG de mundo virtual perfeito.
Esse enredo poderia muito bem se tornar um clichê para proporcional um anime shonen sem-graça. Mas SAO consegue ir até onde ninguém nunca teria imaginado.
Os personagens podem não ser tão profundos como eu gostaria que fossem, mas lembrando que ainda sim é uma série de batalhas, Kirito apresenta uma personalidade e motivações aceitáveis. Assim como a maioria dos personagens. Mas o primor mesmo da história é como esses personagens lidam com o seu mundo. Sim, assim como Matrix, temos várias alegorias e metáforas sobre realidade e comportamento humano. Kirito se torna um andarilho daquela utopia fantástica. Aonde seres humanos podem comer, dormir, lutar e amar.
Os jogadores se dividem, muitos continuam na linha de frente para tentar se libertarem do jogo. Outros cedem ao cativeiro e seguem uma vida pacata naquele mundo. Mesmo sem qualquer dica do que aconteceu com elas no mundo real.
E esse é a sacada brilhante da série. Pois o mundo de Sword Art Online é uma utopia fantástica.
Em termos de animação. Sou muito rígido com animes de batalha, já que como geralmente uma boa história é limada em prol de porradaria, pelo menos tem que ter efeitos que justifiquem e SAO é um ótimo representante de como uma direção de arte em misto com uma animação competente podem transformar um anime em uma obra de arte. Só perdendo para longas metragens, que óbviamente tem mais tempo e dinheiro para investir em qualidade visual.
Na parte sonora, a ótima dublagem faz os personagens não tão profundos terem seus momentos de show dentro da série. As batalhas estão muito bem sincronizadas com sons recorrentes, como espadas sendo puxadas, cortes, batidas e até a música de abertura e encerramento são bem legais, assim como a trilha orquestrada que dá o tom épico que um mundo de fantasia tem de ter.
Não mencionarei sobre a conclusão, até por que o anime ainda está em andamento. Mas garanto que terão uma surpresa imensa na metade dos 25 episódios, com uma reviravolta inacreditável e corajosa em toda a trama.
Sword Art Online é recomendado pela equipe do Mundo Freak, é com certeza uma das séries do ano e garante agradar gregos e troianos e provar que nem sempre podemos julgar um livro pela capa.