Nº de Jogadores: 2 a 5
Tipo: Jogo Europeu Competivo
Mecânicas Principais: Ordem de Turnos e Alocação de Tiles
Duração: 45~75 Minutos
Esse jogo me foi uma surpresa. Apesar de entender as qualidades desse gênero, não sou muito fã dele. Jogos europeus tem por característica a produção de recursos para serem utilizados mais tarde para produção de outros recursos ou pontos de vitória. Não tenho afinidade com esse tipo de jogo provavelmente devido a falta de interação direta entre os jogadores. Glen More, junto com Notre Dame, foi um dos primeiros desse estilo a realmente me cativar.
O objetivo do jogo é construir uma vila parar gerar recursos e conseguir pontos de vitória. Não parece interessante, não é? O incrível está na maneira com que o jogo se desenrola. Posso até dizer que o jogo se compara a um puzzle em um certo grau.
Em Glen More cada jogador atua como um chefe de clan escocês no século 17, que tem o objetivo de expandir seu território e obter riquezas. O jogo pode ser dividido em 2 partes: o tabuleiro principal e os territórios de cada jogador.
No tabuleiro principal é onde fica contabilizado o valor de cada um dos cinco recursos e a sequência de propriadas disponíveis para compra que acaba se misturando com a ordem de turnos dos jogadores.
Notem o espaço em branco no tabuleiro ao lado, ele define onde fica o início e o fim da sequência de peças e peões. No caso ao lado o peão amarelo estaria no fim e o território azul seria o início. Na sua vez o jogador tem de mover seu peão no tabuleiro para qualquer casa que esteja ocupada por um território com o objetivo de obte-lo para si, pagando o custo do mesmo caso exista.
A ordem de jogada funciona de uma forma bem intrigante: o próximo a jogar sempre será o que está mais próximo do fim da sequência. Isso possibilita muitas coisas. Você pode avançar bastante para obter um território importante para sua estratégia – mas em troca terá de esperar mais pela sua vez, o que pode ser fatal. Só com isso já poderia dizer que Glen More é um jogo bastante interessante, mas agora falarei o que faz o jogo realmente se destacar: como cada jogador utiliza cada território comprado.
Cada jogador começa com uma vila inicial habitada por um membro de clan, representado por um peão preto. Ao comprar um território o jogador deve coloca-lo ligado aos outros que ele já possui. Existem 3 regras para isso. A primeira diz que só se pode colocar um novo território ao redor de uma peça habitada por um membro de clan, que são obtidos por meio de vilas e castelos. A segunda diz que só pode javer 1 rio no seu território. E a terceira diz que só pode haver uma rua em seu território. Para facilitar darei um exemplo visual.
Cada território tem em suas bordas marcas azuis verticas ou cinzas horizontais. Marcas azuis significam rio e as cinzas significam rua. A partir da sua vila inicial, que possue as duas marcas, você deve posicionar os territórios que for adquirindo. Se o território tem as marcas do rio, ele só poderá ser ligado a outro território que possua as mesmas marcas. O mesmo vale para os territórios que possuem as marcas cinzas. Também existem alguns territórios que não possuem marca alguma, o que significa que eles devem ser colocados entre os territórios marcados pelo rioe os marcados pela rua.
Pontos são obtidos de diversas formas, mas principalmente através dos efeitos especiais de cada território. Ao fim do jogo, aquele que tiver mais pontos é o vencedor.
Lembra que lá em cima eu falei sobre o jogo ser quase um puzzle? Entende o porque agora?
É bastante possível ver pessoas jogando ele dia a fora ou noite a dentro. Não é um jogo longo nem pesado, mas muito instigativo. Esse é um daqueles que é essencial para qualquer coleção de jogos de tabuleiro.
O que tenho a reclamar, mais uma vez, é das peças utilizadas no jogo para simbolizar os recursos. É bastante comum ver jogos utilizarem simples cubos de madeira para representar vários recursos, o que em minha opinião tira parte do “sentimento” do processo. O jogo iria ficar mais caro? Iria. Mas duvido que alguém iria reclamar por pagar um poucos e ter peças de real compatibilidade com o jogo. Veja abaixo uma foto de como as peças do jogo são, parte de cima, e pelo que um jogador compromissado com o ato de jogar as trocou.