Até aonde a nossa imaginação pode nos levar?
Quando a ingenuidade de um coração sofrido e sem esperanças tenta sobreviver em meio a dura realidade miserável de um garoto que só queria acreditar na sua imaginação.
Você pode pensar que este é mais um clichê dramalhão, mas foi com lágrimas nos olhos que conheci a história de Roberto Carlos Ramos, retratado no filme O Contator de Histórias.
Contém Spoiler
Um filme de 2009 pela Warner Bros Pictures, produção de Francisco Ramalho e Denise Fraga e dirigido por Luiz Villaça que recebeu o prêmio de melhor filme pelo júri popular no II Festival Paulínia de Cinema.
Em Belo Horizonte na década de 1970, subsistindo como lavadeira a mãe de Roberto Carlos Ramos e mais nove irmãos, decide por colocar apenas um na FEBEM, na época uma instituição de ensino para crianças de baixa renda, com o objetivo de torná-las em respeitáveis profissionais. Impressionante cena em que mãe de Roberto Carlos entrega teu filho sem nem ao menos poder se despedir, á diretora da FEBEM, na esperança que seu caçula se torne um “doutor”.
Na fase dos seus cinco anos de idade, sua imaginação ainda aflorada permite viver entre os sonhos e a amargura do ambiente em que vive, aprendendo de forma imoral e manipuladora para conseguir comida e atenção. Antes mesmo de se tornar adolescente é transferido para outra turma, sem orientação e sobre perversas agressões vividas entre os internos passa a fugir da instituição, vivendo nas ruas entre delitos e drogas, analisado por psicólogos é diagnosticado como irrecuperável.
Nesse momento de sua vida, conhece a pedagoga francesa Margherit Duvas (Maria de Medeiros), que veio ao Brasil para um projeto da sua profissão, com muita insistência consegue que o garoto conte um pouco da sua história, entre roubos, surras e um estupro, aos poucos ganha o carisma de sua interlocutora e a mesma, com palavras carinhosas e atitudes educadas vai conquistando o menino turrão e irrecuperável.
Numa crise de raiva acreditando que sua tutora voltará para seu país, ele destrói todo o seu projeto e esperando por uma surra, recebe um abraço e o convite para ir á França, tendo então a oportunidade de estudar e adquirir melhor educação cultural.
Após concluir seus estudos, Roberto Carlos retorna ao Brasil para estagiar na instituição da FEBEM, como educador, sendo sua primeira aula o início da sua verdadeira vida como O Contador de Histórias.
Hoje Roberto Carlos Ramos considerado um dos melhores contadores de histórias, utiliza do seu talento para levar alegria e esperança a toda e qualquer criança, seja ela de qual idade for, pequena ou grande, jovem ou idosa.
Adotou vinte crianças condenada pela instituição como irrecuperáveis.
por IraCroft (@iracroft)