Opinião – Transformers: O Lado Oculto da Lua

Deixo esclarecido que isso não é uma crítica, pois não sou crítico de cinema. Falarei de alguns pontos interessantes (ou não) que achei do filme. O texto contém spoilers pesados e fica a critério de vocês lê-lo

Transformers: O Lado Oculto da Lua

O primeiro Transformers dirigido por Michael Bay e na produção executiva por Steven Spielberg, foi lançado em Julho de 2007. E tinha uma história introdutiva simples, com bastante ficção científica. É engraçado ver, o quão irrepreensível é o primeiro longa de Transformers, não é e nem deve ser levado como uma obra prima, ou algo que apresente um salto significativo em conceitos do cinema arte, mas de longe isso não é problema para o filme, ele sabe o que pretende ser e não foge a isso. Robôs brigando! É uma premissa para qualquer bomba digna de Uwe Boll.

O filme se sustenta por alguns pontos interessantes, mas o mais importante deles e o que foi perdido nas suas sequências, a amizade entre o garoto nerd e loser e seu robô alien que juntos fazem uma dupla com química digna de E.T. de Spielberg.A comédia dá umas escorregadas, usarei o termo que escutei uma vez, as “piadas de banheiro” com homens de cuecas e robôs urinando, mas em outrora consegue ser surpreendentemente engraçadas. Os robôs, carismáticos como no desenho carregam personalidades diversas e cativantes. E momentos marcantes como quando Bumblebee tem o primeiro dialogo com Sam, usando o rádio para explicar a sua origem com o plano de fundo de céu estrelado. Ou quando ocorre a luta final aonde eles destroem uma cidade inteira.

 O sucesso levou à continuação Transformers: Revenge of the Fallen em 2009, essa pérola cinematográfica pegou tudo aquilo que fez de sucesso entre a “massa” e multiplicou ao máximo, escondendo todos os pontos interessantes para mostrar: Mais piadas de banheiro (com direito a bolas de robô na cara do expectador), mais Megan Fox e mais robôs, muito mais (de 13 para 46). Como se Spielberg tivesse soltado a coleira de Michael Bay e de mais 40 robôs juntos. O filme é maçante, não dá qualquer tipo de introdução aos novos robôs, e nem se aprofunda nos velhos. O filme foi um desastre completo, admitida pelo diretor e com uma promessa de que o “próximo” seria melhor.

Optimus Prime

E o próximo chegou. Transformes: O Lado Oculto da Lua chegou nos cinemas dia 29 de junho. Valeu a pena? Complicado dizer. Transformers 3 é um filme com falhas, muitas falhas. O Plot é basicamente tão simples quanto a dos anteriores: “Quando a guerra entre Autobots e Decepticons em Cybertron parecia perdida para os Autobots, o seu líder, Sentinel Prime, tenta lançar a nave “A Arca” do seu planeta, contendo a tecnologia que poderia salvar a sua espécie. Atacada por Starscream, a arca cai na Lua da Terra em 1961. O presidente John F. Kennedy então faz sua famosa promessa de mandar o homem a Lua ainda naquela década. O pouso da NASA na Lua em 1969 é na verdade uma investigação para recuperar os restos da Arca.”.

O filme tem três partes, e não falo de “inicio, meio e fim”, mas simplesmente são arcos completamente distintos, com focos diferentes, e esse é uma das falhas mais graves do roteiro, que não se sustenta, com vários problemas no ritmo e junto a isso tem as 2 horas e 40 minutos de filme. E a sinopse que postei acima faz parte da melhor parte do filme, o início que para mim consegue se comparar ao primeiro longa. Comparo também com o X-men First Class que contém uma ambientação “histórica” dentro da ficcional, e que consegue ser deveras aceitável. Mas mais uma vez, o filme cai no problema do segundo, Michal Bay não consegue balancear nada em seu filme, e o grupo principal de autobots é esquecido, e agora até os decepticons ficam em segundo plano. Sentinel se revela o novo vilão, algo que imagino que ninguém esperava, mas não é algo gerado pelo belo trabalho no roteiro de esconder esse fato, mas simplesmente não há qualquer preparação para isso, ele simplesmente muda de lado como se fosse a coisa mais natural e óbvia do mundo, o que desqualifica tudo o que o Optimus Prime vem trabalhando no filme. Optimus cria uma imagem completamente diferente do que realmente era o seu tutor.

Quando chegamos ao arco final do filme, lhe garanto que você olha para o relógio ou então pros lados, se perguntando o quanto mais esse filme vai durar, com os decepticons invadindo Chicago que em nada lembra Transformers.

Transformers 3

Outros problemas graves no roteiro são os becos sem saída que a história cria, com cenas inteiras sendo jogadas no ralo em prol de visual. Como quando os humanos sobem no prédio para tentar explodir o centro de teletransporte criado por Sentinel para trazer Cybertron para a Terra. Eles criam um plano, desenvolvem, executam e no final vem o Shockwave e dá uma “pernada” no prédio derrubando tudo. E outras vezes com os humanos fazendo estripulias como pulgas, que acaba não dando em nada todas as vezes.

E um ponto que também incomoda bastante é o nível de credibilidade que o longa constrói no início, com a ambientação de guerra fria, corrida espacial para derrubar essa mesma credibilidade com as várias cenas de “quase morte” de Sam. Tudo bem que qualquer filme precisa da “suspensão de descrença”, mas eles batem tanto na tecla de irrealidade dos acontecimentos que começa a ficar bobo e ridículo.

Para finalizar, Transformers: O Lado Oculto da Lua fica entre o primeiro e o segundo em qualidade, existem falhas graves no roteiro, mas o visual está incrível, e algumas cenas em 3D se comparam a Avatar. Vejam esse filme em um domingo a tarde ou um sábado a noite sem nada pra fazer com um intuito de se divertir. Apesar de ter falado mais pontos negativos, ele é um filme que tem boas qualidades e é uma experiência cinematográfica a parte e que merece cada um ter sua opinião sobre ele.

Por Andrei “Rated” Fernandes

Optimus Prime

 

 

 

 

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