Eu sei que muitas pessoas reclamam hoje em dia sobre os jogos serem muito fáceis (com tutoriais que explicam até como pular), mas eu acredito que exista um motivo para isto. Pesquisando os vários jogos tidos como fáceis eu percebi alguns bons propósitos e outras aplicações que realmente são “for dummies”. Após dar uma analisada revolvi escrever este texto.

A grade reclamação dos jogos, de hoje serem mais fáceis, é que na época em que minha geração era criança os jogos eram bem difíceis e o máximo que havia para explicar era o manual de instruções que vinha junto do cartucho. Mesmo assim, divertimo-nos muito e temos todos nós ótimas lembranças deles.

Porém a questão dos “jogos ensinarem” tem uma razão de existir. Em primeiro lugar, os tutoriais para os movimentos básicos do jogo vêm devido ao fato de muita gente não olhar mais os manuais, sendo que alguns jogos nem tem mais. Levando em conta que muitos são comprados online e as pessoas não têm mais tempo para ficar lendo instruções, faz com que isto seja uma alternativa válida.

A questão de dificuldade também tem um motivo. Não somos apenas nós, os chamados jogadores hardcores, que jogam desde pequeno que são público consumidor. Os ditos jogadores casuais também são uma fatia considerável do mercado e as empresas querem fazer produtos que possam ser consumidos por eles.

Vou pegar como exemplo uma série feita pela Nintendo para demonstrar uma boa e uma má aplicação da questão de dificuldade. Super Mario Galaxy é um jogo que equilibra muito bem a acessibilidade para jogadores casuais e hardcores. O jogo possui 120 estrelas para serem coletadas, porém somente 60 são requeridas para ter acesso à fase final. Para um jogador com menos experiência, coletar este número mínimo será um desafio para ele. Já para o jogador avançado, as sessenta serão fáceis, porém ele terá o desafio de coletar todas as Power Stars do jogo.

Em contrapartida, Super Mario Galaxy 2 é, para mim, a versão “for dummies” do game anterior (quero deixar claro que não estou criticando o jogo como todo, mas me atendo somente à parte da dificuldade). Para começar, a própria introdução é feita em um ambiente 2D, para o jogador só precisar ir reto. Depois o hub world que existia no anterior foi substituído por um sistema de mapas, para o jogador não ter como se “perder”. Fora isso, coletar o número de estrelas mínimas para acessar a fase final é uma tarefa extremamente simples, muito mais que no primeiro Galaxy. Coletar todas 120 Stars deve ser equivalente ao coletar as 60 primeiras Mario Galaxy 1. Além disso, existem mais cento e vinte estrelas verdes, mas que seu desafio em coletar também é pequeno. Somente as duas últimas Power Stars do segundo jogo é que são um desafio para jogadores experientes, inclusive mais difícil que qualquer estrela do primeiro Galaxy, porém isto acaba por destoar da facilidade do resto do game.

Minha sugestão para aqueles que reclamam dos jogos serem fáceis no fim é relaxar e curtir o que o jogo tem a aproveitar. Muitos deles são bem divertidos e valem realmente a pena serem jogados.